"Aqui é solidez, solidez e mais solidez. Se não tiverem entrado para um consórcio de carros, juntos, seis meses depois de se conhecerem, quitado a primeira prestação da casa própria dois meses antes de se casarem e começado a obra do sítio um ano depois de casados, podem desistir. Nada manterá o equilíbrio da relação. O touro será sacudido por acessos de desejo incontrolável (não importando muito do quê) e o virginiano vai despejar sobre ele terríveis acusações sobre a hipoteca da casa."
Minha história com um virginiano é tão fora dessa sinastria que poderia muito bem ser um repeteco do leonino. Com a diferença de que levou dois anos pra acontecer.
Quando eu o conheci, tinha quinze anos. Uma pirralha. Ele já tinha vinte, nossa senhora, era um cara feito, bem resolvido, já estava na faculdade enquanto eu sonhava com o dia de me livrar daquela porcaria de sinal da escola sete e meia da manhã todo santo dia.
Era - e foi durante muito tempo - muita areia pro meu caminhãozinho. Um sujeito realmente exuberante. Tão exuberante que nem parece virginiano. Além de ser um cara grande, aqueles ombros largos de remador, ainda tinha uma especial habilidade para parecer absolutamente seguro de si. Podia estar dizendo a maior merda do mundo, mas dizia com uma tal convicção que chegava a assustar.
Foi o que aconteceu dois anos depois, quando toca o telefone lá em casa e eu não sei quem é aquele cara. Nome de anjo... eu não conheço ninguém com esse nome... ah! pelo apelido ficou mais fácil. E eu engasguei, gaguejei, tossi, fiz o diabo. Aquele HOMEM TODO estava me convidando pra ir vê-lo tocar? Nuóssa. Era o meu dia de sorte!
Foi rápido assim que começou e rápido também terminou. Era exuberância demais pra mim. Eu, numa fase dificílima, precisava de alguém que prestasse atenção em mim, um pouquinho que fosse. Ele, numa vida tão leonina quanto a natureza virginiana dele permitia, precisava de alguém que prestasse TODA a atenção nele. O tempo todo. E eu não podia fazer isso, até porque não suportei esse jeito seguro demais a ponto de parecer agressivo.
Um mês depois de terminar, ele me encontra e vem pedir desculpas. Aí já era tarde, meu caminhãozinho tinha crescido e eu queria mais do que aquela areia virginiana convencida.
domingo, 27 de maio de 2007
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3 comentários:
esse era um "nome de anjo" loiro, p/ lá de debochado e que gosta de ir p/ aquela cidadezinha dos infernos às vezes?
CARACA, como diriam os cariocas, confesso MEDO! Casualmente a taurina aqui esta com um virginiano. Que as vezes parece leonino. Se bem que minha experiencia com o unico virginiano que tive antes foi maravilhosa.
Analiso e teu caso e penso: um virginiano-leonino? Elementar, meu caro Watson! Ele eh um virginiano que sofre do "efeito palco" que causa ou 1) excessivas crises de "eu sou Deus" e o resto (inclusive suas mulheres) eh o resto ou 2) crises fortes de baixa auto-estima que podem levar a te sentir "uo'" (com afirmacoes do tipo: 'eu to gordo, mas este teu vestido vermelho (lindo) ta meio decotado demais pro tamanho dos teus seios.' E a continuidade do raciocinio que so fica nas entrelinhas, eh: "meu publico vai olhar mais pra ti do que pra mim"). Em ambos os casos, minha amiga, acho que musico eh so pra FG.
Excecao? Logico, toda a regra tem uma.
Caso com musico que deu certo?
Tony Belloto e Malu Mader. (mas nesse ambos devem sofrer do efeito palco e se acharem deuses e por isso a relacao da certo...)
Respostas:
1) SIM. Que coisa, não?
2) Ari é que sabe das coisas. Mas eu perdi algo: o que é fg mesmo?
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