segunda-feira, 28 de maio de 2007

Inaugurando a série "Debates"

Peço vênia à minha cara colega de blog para abrir o debate em torno da nossa relevante questão do dia, referente à suposta dependência química feminina de certos, ehm, como direi, fluidos corporais (para ficar no jargão impagável do Stallone naquele filme cujo nome eu não lembro).
A matéria completa (vale a pena!) está aqui, ó.
O que vocês acham?
Eu só sei que isso explica pelo menos um dos acontecimentos da minha vida recém-pregressa. Ou ajuda a explicar, porque quero crer que mesmo sem o ocorrido o mocinho daria conta do recado. Aff. Mocinho, que eufemismo.

domingo, 27 de maio de 2007

Virgem? Aham. Sei.

"Aqui é solidez, solidez e mais solidez. Se não tiverem entrado para um consórcio de carros, juntos, seis meses depois de se conhecerem, quitado a primeira prestação da casa própria dois meses antes de se casarem e começado a obra do sítio um ano depois de casados, podem desistir. Nada manterá o equilíbrio da relação. O touro será sacudido por acessos de desejo incontrolável (não importando muito do quê) e o virginiano vai despejar sobre ele terríveis acusações sobre a hipoteca da casa."

Minha história com um virginiano é tão fora dessa sinastria que poderia muito bem ser um repeteco do leonino. Com a diferença de que levou dois anos pra acontecer.
Quando eu o conheci, tinha quinze anos. Uma pirralha. Ele já tinha vinte, nossa senhora, era um cara feito, bem resolvido, já estava na faculdade enquanto eu sonhava com o dia de me livrar daquela porcaria de sinal da escola sete e meia da manhã todo santo dia.
Era - e foi durante muito tempo - muita areia pro meu caminhãozinho. Um sujeito realmente exuberante. Tão exuberante que nem parece virginiano. Além de ser um cara grande, aqueles ombros largos de remador, ainda tinha uma especial habilidade para parecer absolutamente seguro de si. Podia estar dizendo a maior merda do mundo, mas dizia com uma tal convicção que chegava a assustar.
Foi o que aconteceu dois anos depois, quando toca o telefone lá em casa e eu não sei quem é aquele cara. Nome de anjo... eu não conheço ninguém com esse nome... ah! pelo apelido ficou mais fácil. E eu engasguei, gaguejei, tossi, fiz o diabo. Aquele HOMEM TODO estava me convidando pra ir vê-lo tocar? Nuóssa. Era o meu dia de sorte!
Foi rápido assim que começou e rápido também terminou. Era exuberância demais pra mim. Eu, numa fase dificílima, precisava de alguém que prestasse atenção em mim, um pouquinho que fosse. Ele, numa vida tão leonina quanto a natureza virginiana dele permitia, precisava de alguém que prestasse TODA a atenção nele. O tempo todo. E eu não podia fazer isso, até porque não suportei esse jeito seguro demais a ponto de parecer agressivo.
Um mês depois de terminar, ele me encontra e vem pedir desculpas. Aí já era tarde, meu caminhãozinho tinha crescido e eu queria mais do que aquela areia virginiana convencida.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Meeeeedo, mamãe!

Era só o que faltava. Depois de cursos de strip e de sedução feminina, os gajos resolveram atacar nesse lucrativo ramo dos cursos de desmanéização na arte dos relacionamentos. Divirtam-se lendo os "depoimentos" , todos anônimos, claro!

Quando é que eles vão se dar conta que um bom curso de dança faz tudo isso e muito mais na vida de um homem? Homem que dança é tudo de bom! Além de ser coordenado, charmoso e confiante, ainda aprende a ser cavalheiríssimo. Quem é que precisa de curso de sedução quando sabe dançar? Maiores esclarecimentos em breve em post específico sobre homens x dança... mas por enquanto só essa idéia.

Divirtam-se com os depoimentos dos aprendizes do dr. hitch

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Gosto muito de você, leãozinho...mas pára de arrumar o topete e vem cá meu lôro!


O dono da juba de ouro do meu coraçãozinho (ui que brega) já mostrava traços leoninos desde cedo. Sabe aquela fase que os pequenos sonham em ser médicos, pilotos de avião, jogadores de futebol, bailarinas, e até presidentes? Pois este filhote de leão (raio da manhã) achava tudo isso muito furreca e sonhava em ser: ASTRONAUTA, PAPA (não, não bastava ser padre, tinha que ser PAPA, afinal, o Papa é pop) ou REI (queeeee presidente o que!) E mais, dizia que quando crescesse, trocaria de nome para LEOPOLDO, definitivamente um nome bem pomposo, apropriado para papas e reis. Megalomania? Nah, quéiiiisss, imagina!!!

Nos conhecemos na adolescência, eu tinha 14 e ele era "sexy and seventeen", com sua juba proeminente ainda. À primeira vista ele me pareceu um menino simpático, bonitinho e até humilde, inseguro... e a propaganda enganosa correndo solta!

Ficamos amiguinhos por uns meses até rolar o primeiro beijo, numa clássica "Festa do Havaí". Ele foi fofíssimo, um verdadeiro gatinho, carinhoso, ronronante, conquistador. Claro que a carangueja carente aqui caiu de quatro. Para completar, a família toda do moço me acolheu como sua, o que é o verdadeiro paraíso na terra para uma canceriana espaçosa que se preze (vide post a esse respeito).

Por conta desse convívio com a família foi que conheci o lado "grrrrrrraaaawwww" da fera. Furioso por eu ter tomado conta do território dele e me infiltrado inadvertidamente no seu bando. Projetou as garras para fora, deu aquela rosnada e me mandou longe. Eu, que não sou boba nem nada, saí de fininho...

Oito anos se passaram e eis que foi a vez do felino futucar a minha toca e, em pleno aniversário da minha prima (o qual eu não estava, mas ele sim - veja só) ele perguntar por mim e me intimar a ir na festa forte que aconteceria logo mais. A curiosidade matou o gato... e o caranguejo também. "Vim, vi e venci", mais ou menos isso resume a minha chegada na festa. Reencontrei o moço e em menos de duas frases, nos perdemos em algum canto da festa.

Só que junto com ele, reencontrei a familia dele, que eu realmente gosto muito, principalmente da irmã mais nova que é minha amiga e sempre será minha-eterna-cunhada-que-nunca-foi. Pois a irmã me convidou para, no dia seguinte, irmos no Brique(para os não iniciados, o "brique" é um lugar típico de porto alegre, chimarródromo oficial) no dia seguinte, visto que, durante a festa não conversamos, afinal o maninho dela me monopolizou. Mais uma vez acabei por provocar a fera, que me espantou com um rugido de dar inveja à MGM.

Mais 4 anos dois casamentos e uma filha (!) depois, e a fera é encontrada na noite portoalegrense, no maior estilo (como a propria irmã dele muito bem definiu) "galã de rodoviária". É incrível como nos bastam 3 frases de pouquíssimas palavras!

- Oi! Tu por aqui!
- É. Tá solteira? Eu tô
- Tô

Dush! Direto para o canto! Claro, não preciso dizer que no dia seguinte ele teve outra crise de "todo-poderoso-máximo-ser-supremo e disse: ai, vamos deixar assim, senão tu te apaixona de novo por mim, fica proxima da minha família e eu não to querendo compromisso agora. HEIN? Alguém falou nisso? Alguém? Alguém? A única coisa que eu queria, por mera curiosidade de quem tem lua em sagitário era saber como um felino se porta no leito, mero interesse científico! Mas que nada, nesses anos todos, nada além de beijinhos, carinhos e juras de paixão (da parte dele, que fique bem claro) - será que eram para o espelho atrás de nós? - Anyway, nada além disso rolou. Será que ele tem medo que eu aperte minhas pinças em lugares impróprios, bilisque a bunda e deixe marcas indeléveis na pelagem? Não sei, mas sei que marca mesmo eu deixei no id dele, pq de tempos em tempos nos encontramos e apenas o ato do encontro destrói o superego, ele esquece de tudo e me arrebata. Quem sabe daqui ha mais quatro anos eu não termino minha pesquisa de campo? Se descobrir conto para vocês.

Ah sim, mas de uma coisa serviram as 3 tentativas e erros anteriores. Por nada nesse mundo (muito menos por miados e rugidos) eu me afasto da minha amiga, que se mostrou muito mais presente constante que o gatinho da família e nunca, jamais, foi uma isca para tê-lo por perto. E ele que não se meta à besta porque ela é do meu clã também e se ele sabe arranhar eu sei beliscar!!

domingo, 13 de maio de 2007

Pausa para um pedido ao papai do céu.

Num dia chuvoso desses que te faz parar e pensar na vida e com o chatinho do Papa (imperador Palpatine) no Brasil, me deu vontade de fazer um pedido para quem quer que seja que estiver lá em cima. É bem o que eu quero: "world peace" (coisa mais miss) e "someone to love" já que o inverno tá chegando e as perspectivas de um cobertor de orelha são remotas.. Com vocês, BB King e Glady's Night (a versão da Sade também é fantástica, mas não achei no youtube).



PLEASE SEND ME SOMEONE TO LOVE

Heaven please send to all mankind,
Understanding and peace of mind.
But, if it's not asking too much
Please send me someone to love.

Show all the world how to get along,
Peace will enter when hate is gone.
But, if it's not asking too much,
Please send me someone to love.

I lay awake night and ponder world troubles.
My answer is always the same.
That unless men put an end to all of this,
Hate will put the world in a flame, (oh) what a shame.
Just because I'm in misery.
I'm not begging for no sympathy.
But if it's not asking too much,
Just send me someone to love.

Heaven please send to all mankind,
Understanding and peace of mind.
But if it's not asking too much,
Please send me someone to love.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Quinto. Touro x Leão

"Um touro sem o seu cenário aconchegante (e, se possível, belo e caro) é um peixe fora d'água. Um leão sem palco apropriado é um rei sem súditos. Conclusão: o touro fornece um ambiente primoroso para o leão passear satisfeito sua juba. Serão aquele casal que todo mundo vai dizer que foram feitos um para o outro. Suas festas serão comentadas muitas ressacas depois, o menu dos seus jantares, copiado até pelo pior inimigo; a trilha sonora de seus brunchs, procurada em toda loja de disco. É brilho, brilho e mais brilho - desde que alguém consiga pagar a conta."

O interfone toca e o porteiro anuncia que ele está subindo.
Ele já desce do elevador ao telefone.
Ele é alto bem na medida do meu gosto e está, como sempre, impecavelmente vestido com um dos seus ternos.
Aham. Sim. Claro. Pode deixar que eu vou perguntar. Fulano, agora tenho de desligar porque estou entrando na sala do Governador. Tá, pode deixar.
E eu já estou pendurada no pescoço dele, só esperando que ele desligue a porcaria do telefone para me grudar num beijo.
E não é um beijo qualquer. É aquele beijo que me tira do chão.
Aquele perfume, meu Deus.
Aquela cara de cretino preparada pra mentir em qualquer circunstância.
Ele é uma estrela, e eu a platéia embasbacada.
Ele sorri de lado e eu me perco no que ia dizer.
Ele me leva pra sair, me apresenta pros amigos e ama Gary Moore.
Sim, ele é leonino.
E eu só precisei de dois meses pra descobrir que ele não suportava uma platéia de uma assistente só.
Esqueceu-se ele que eu sou uma taurina e não suporto dividir meu pasto com ninguém.
Foi uma pena. Meu CD da Betty Blue voltou arranhado.

terça-feira, 8 de maio de 2007

mais um tumorzinho...


Tem coisas que só um homem de cancer faz por você. Passar dois anos te convidando para jantares, saindo, e escancaradamente querendo coisinha, mas não partindo para a ação nunca porque "conheço teus pais e respeito muito eles, por isso não posso fazer nada" é uma delas. Só um caranguejo tem tão forte essa noção e respeito à familia DESSA FORMA arraigada. E só uma carangueja para entender plenamente isso e não achar que o cara é veado.

Então, depois destes dois longos anos, um belo dia, com o superego devidamente dissolvido, os dois crustáceos finalmente tomam coragem e grudam suas pinças, não sem antes tirar de circulação todas as fotos dos pais da carangueja-fêmea para ele não se sentir desrespeitando a família da moça. A cousa toda termina e canceriano antes tão cheio de dedos me vem com essa:

- Corro o risco do teu pai chegar agora e me pegar de cueca?
- Não. Eles estão viajando...
- Até quero visitar o sogrão, mas de calça, né? Ficar para um churrasco e tal
- Não te preocupa. - imaginando que ele queria aproveitar o momento conchinha mais umas horas antes de ir embora
- Tá, que tu quer de café da manhã? Porque se é assim, vou dormir aqui.

É, minha gente... eles são respeitosos sim, mas são espaçooooosos também, principalmente quando a coisa envolve casa, família, coisas caseiras. Quando se trata de aconchego, qualquer canceriano que se preze manda à PQP princípios, crenças, respeito e o que mais vier pela frente e agarra com unhas e dentes o seu cobertozinho azul. E se vier com um cobertorzinho de orelha junto, aí sim, ele toma conta, deita, rola.

E quando tu menos esperar, tem um caranguejo de chambre, fazendo panquecas numa segunda de manhã na cozinha da tua casa, já íntimo de todos teus armários, mesmo que tenha sido apresentado à eles na noite anterior. Se eu gostei? Tá maluco? Desde quando canceriana gosta que mexam nas suas coisas? Invadimos sim, somos espaçosos sim, mas pode ir saindo fora da minha conchinha que ela é minha e de ninguém mais. Ah, e antes de bater a porta, faz favor de devolver o MEU cobertor!

Chama o Oncologista!

Câncer + Câncer = 99% de probabilidade de cacaca. Por quê? Ora, canceriano é o bichinho que mais tem tendência a guardar as coisas para si (as ruins principalmente). Aí tu junta dois que fazem isso e das duas uma: ou uma hora explode, ou um dos dois acaba com uma gastrite, senão ambos! senão coisa pior!

Minha experiência com o ladinho rancoroso dos caranguejos (fora o meu) nem foi com um filho legítimo, e sim, com um pobre coitado que teve o azar de ter lua em câncer (justo a lua, que comanda os sentimentos) e o signo solar em capricórnio (o oposto de câncer).

Pois eis que a cruza de cabrito com caranguejo resolve se apaixonar por essa que vos fala justamente quando eu estava naquela fase adolescente deslumbrada porque começou a chamar a atenção dos mancebos e ele, ao contrário, ainda patinava na fase "patinho feio". Tá, tenho que defender o meu lado. Nunca fui tãããão deslumbrada assim, até porque minha insegurança cancerígena não permite. Mas estava, digamos, numa boa fase. O moço em questão era meu amigo (a meu ver) e me escrevia todo santo dia, e-mails fofíssimos, bilhetinhos na aula, cartinhas... e eu achava extremamente natural aquilo, já que costumo fazer esse tipo de coisa até p/ os postes, que dirá para meus amigos queridos (sim, isso é bem coisa de caranguejo, por isso nem vi a "maldade" por trás). Eis que um belo dia, me chega uma declaração. Uma coisa do tipo "acorda, pára de me ver como amigo que eu quero muito mais que isso", mas em forma de poema. Aiaiai, cacaca. Fudeu a barca como diriam alguns. Porque eu simplesmente NÃO CONSEGUIA enxergar a criatura sem ser como amigo naquela época. Será que por futilidade adolescente de ser pelo fato de ele ser um patinho feio? Não sei, sei que não bateu. E eu fiquei tão constrangida com aquilo tudo que nem sequer respondi o tal e-mail e fui, aos poucos, me afastando, andando de ladinho como uma boa siri fêmea.

SHAME ON ME!

Vários anos se passaram e o Patinho Feio cresceu. E VIROU CISNE. Não, eu não virei um patinho feio, mas é inegável que os anos fizeram muito melhor a ele do que a mim. E eis que o belo cisne então volta ao bando de patos... E a pata aqui, bate os olhinhos e cai de amores. E pior que ele não melhorou só fisicamente. Deixou de ser o bobão da turma, cresceu profissionalmente e, golpe de misericórdia, virou um pé de valsa de primeira!

Não sei se tudo foi capricornianamente calculado ou se foi atração mesmo. O fato é que, logo de chegada, ele já caiu matando para cima de mim, não só sendo receptivo às minhas investidas como eu jamais tinha sido às dele, como atacando de conquistador para o meu lado também. Mas sempre na hora do vamos ver, ele escapava pela tangente, brincando de Matrix, só desviando dos tiros. Ah, não quer? Então tá, também não quero, azar é o teu. Não é porque tu é um cisne agora que eu vou te endeuzar.

Mas o fato é que todas aquelas negativas concomitantes com provocações me instigaram. É, tenho que admitir ele soube jogar a isca dessa vez. E quando eu já tinha quase desistido e voltava aos poucos a tratar ele só como amigo, acontece a seguinte conversa:

Ele - Deixa eu te ver na web cam
Eu - Prá que? Tô com cara de sono.
Ele - Deixa...
Eu - Tá, mala, mas não vai ficar falando das minhas olheiras - ligo a web cam.
Ele - Cansada nada, tá com cara de sapeca, coisa mais querida!
Eu - Sapeca? hahahahaha
Ele - Que que tu tá rindo?
Eu - Nah, ia fazer uma piadinha sobre formas de ser chamada... e sapeca é nova... normalmente eu escuto "safada" ou coisa do genero... mas tu é muito liso, já ia escapar pela tangente e não to afim de me estressar hoje contigo.
Ele - Tu tem um recalque comigo, né?
Eu - Ãhn? Eeeeeeu?
Ele - Tô passando aí para resolver isso AGORA.

E saiu offline. Medo. Achei que em 5 minutos ele entraria online de novo dizendo "ah, te apavorou, né?" Até porque era domingo, duas da manhã. É, em 5 minutos ele apareceu. Na frente da minha casa. Me caiu todos os butiazinho dos bolsos (sic). Fomos para a casa dele "resolver o problema", mas vou contar para vocês... ô bichinho enrolado!!! Vimos jogo de volei na tv, falamos mal dos amigos, bebemos de suco de soja a suco de cevada... e nada... e a madrugada se alongando. Até que lá pelas tantas eu digo: Tá, mas viemos aqui p/ beber ou p/ conversar? E o tal recalque???

Na mesma hora ele me pega pelo braço, me conduz em um bolero - SIM, EU DISSE BOLERO - se afasta e apaga TODAS AS LUZES, me deixando no breu total e sozinha na sala. Aí do nada, vem de surpresa, me pega no colo já aos beijos e me leva p/ o quarto. (Alguém aí escutou sininhos de aleluia? Eu escutei).

Dizem as más linguas que expectativa demais dá dor de barriga e nesse caso não foi diferente. Alguns dias depois, saímos de novo. Ele ainda mais galante, cantando, fazendo massagem, jogando na parede, chamando de lagartixa... mas não adianta. Quando o medo de perder uma amizade é alto e a expectativa é grande, não tem nada que dê jeito.

A despeito disso, eu já estava completamente babando por ele e esse medo, receio ou sei lá o que só deixava o instinto maternal canceriano à flor da pele, querendo cuidar, ajudar e confortar o menininho indefeso. Que que eu fiz? Cravei minhas pinças nele e grudei (shame on me again). E ele? Fugiu sirizisticamente de ladinho, tendo a pachorra ainda de dizer a seguinte frase: "Agora é a tua vez de ver como é que é."

É... não sei se ele chegou realmente se atrair por mim desta vez e a fuga tenha se dado como uma forma de defesa para não se machucar de novo ou não perder a amizade mais uma vez (defesa caprina com casca de siri de apoio). E não sei se isso tudo foi premeditado para me fazer cair de amores e depois me derrubar de vez e se vingar. O fato é que em ambas alternativas, o que falou mais alto foi o tal rancor canceriano. Dizem que elefantes não esquecem, mas quem inventou isso, não conhecia ou pelo menos nunca havia magoado um caranguejo!

quarta-feira, 2 de maio de 2007

E segue o baile... quarto movimento

"Se resolvessem, num desses casuísmos tão típicos dos tempos modernos, banir o casamento da lei, ainda sobraria a população touro-câncer correndo clandestinamente para a igreja. Eles formam o par doméstico perfeito: adoram casa, filhos e almoços prolongados aos domingos. Nada causa mais bem-estar a um taurino que observar seu canceriano tirando uma soneca no sofá deles, na casa que eles acabaram de comprar. Nada diverte mais um canceriano que saber que ela vai estar todas as terças-feiras exatamente na esquina daquele sofá macio e do aparelho de vídeo."

Pois é. O problema é que o canceriano desta história caiu na minha vida na hora errada - exatamente quando eu não estava querendo ver nenhum tipo de anel por perto. Igreja, então, eu atravessava a rua. A palavra "namorada" me dava urticária.
E eis que surge na minha frente ele. Nem de longe o tipo físico que eu sonhava nesse momento. Mas que papo, que sintonia, que coisa. Realmente impressionante.
Por um desses acasos, o beijo também é tudo de bom.
Mas tu vê. Eu já disse que não uma vez, e uma sortuda agarrou.
Pra ver como nem sempre o destino conspira.
Pelo menos ganhei um amigo.
É tão meu amigo e o beijo é tão sinérgico que ele nem de longe cogita deixar de me beijar de vez em quando, mesmo com a namorada que é fofa e eu conheço.
Que que eu faço com a minha ética inquebrantável? Mando pro espaço?
Ah, é claro. Eu não tinha lido a sinastria com atenção. Pulei a palavra "clandestinamente"...

terça-feira, 1 de maio de 2007

Receita para um ego ferido, sem dissolver superego

Noite de chuva, mesma época do ano do affair com o taurino supra-sumo que nao me achou tão supra-sumo assim, eu sozinha e sobríssima, que amanhã é da de são pega. Impossível não passar por um momento bridget jones "all by my self", solteirona, quase balzaca e deprê. Mas eis que disto surge uma receita para confortar um coração apertadinho (que brega). Veja! É fácil! Até uma escorpionina consegue!

LEITE ESTICADINHO

- 1 copo de leite morninho
- 1 colher de chá de essência de baunilha
- 2 colheres de sobremesa de quick morango
- 2 colheres de sobremesa de toddy normal
- amor (próprio) carinho e afeto (proprios também, afinal, é o que se pode arranjar num final de feriado chuvoso à noite).

É sensacional! Vale por um ursinho... ou um cafuné.

Ta bom, de volta ao dode...dode... ah, essa coisa aí!

tá bom, tá bom... salta um geminiano que valha então!

Aquela história curta e rápida não vale à pena não, mas acabei lembrando de um geminiano típico e esse sim, vale à pena. Amigo de faculdade, culto e poeta, mas jamais podia contar com ele para qualquer coisa marcada. Ele sempre furava. Devia estar voando em algum outro lugar. Sofria de tendinite devido aos inúmeros e-mails (de 20 páginas cada) que mandava diariamente para seus amigos mais íntimos (uns 50 viventes). Acabou virando um blogueiro de primeira e, dizem, ganha a vida com isso hoje em dia. Enfim, um legítimo filho de mercúrio (cromo, que vazou para a barba ruiva).

Bueno. Eu era uma dessas amigas íntimas. E mais que isso, era cobaia. Ele escrevia poemas (inclusive em francês) para todas as meninas que ele se apaixonava e ele se apaixonava por muitas. Antes de mandar para as moçoilas, me mandava para ver o que eu achava. Ele tinha uma mania de comparar os olhos das vítimas e tinha um talento sem igual para isso. Então todo dia eu lia poemas falando de olhos de tempestade, olhos triangulares misteriosos como pirâmides, olhos de vinho tinto e, claro, olhos de licor de menta, lembra, loulou?

Ninguém merece ficar recebendo poemas lindos sempre para outras né? Eu também queria um poema, uma metáfora que fosse! E ele sempre me tirando para amiga, confidente e fiel e eu idem, vivíamos desabafando um com o outro, destilando nossos venenos cada um com os musos do outro. Tomo a lberdade de postar aqui um trecho de um e-mail que ele me mandou, falando mal de um mancebo meu:
É, mas melhor parar por aqui, senão ficaremos tão prepotentes que nos acharímos os melhores do mundo, concluiremos que não tem ninguém pra nós a não ser nós mesmos, sentiremos uma incontrolável atração, casaremos, teremos filhos chamados fensterseifer mikhailovich (para desespero do cara do cartório de registros) e ainda por cima brigaremos todos os natais e datas especiais para saber se vamos primeiro nos meus ou nos teus pais, porque tu mora depois do Iguatemi e eu depois do Olímpico. Ia ser muito gasto de gasolina, sem contar a comida dos gatos, loucura, loucura!
Apesar desse surto, sempre que conversávamos à sério, dizíamos que amizade é algo sagrado e que não íamos estragar o que tínhamos por impúlsos de luxuria. Sim, ele era pomposo.

Eis que um dia, numa festa no meio do mato, com os superegos prá lá de diluídos ele me puxa para o colo, tira os óculos e me dá AQUELE beijo. Eu, adorando a surpresa, mas já pensando na ressaca moral do dia seguinte:

- E aquele papo de amizade ser algo sagrado?

- Não acredito em amizade entre homem e mulher, Olhos de Uísque.

Decididamente, não, não valem.

Ehm. Como direi. É, geminianos são isso mesmo, volúveis e passageiros. Vamos ver se com a minha historinha tu te inspira, querida Rosquinha.


"O geminiano é um verdadeiro encantador de serpentes para o taurino, que vai se estatelar, maravilhado, diante das incríveis frases espirituosas do parceiro. Num primeiro momento, o touro se curva ao charme fatal do geminiano. Dois meses depois, notará que seu geminiano predileto está dizendo exatamente o contrário do que falava na semana passada. Para um taurino, qualquer nuance é sinal de confusão, e ele detesta se sentir confuso. Mas se o touro não der a menor bola para a dispersão do gêmeos, e se o geminiano em questão souber cozinhar e namorar além de argumentar, tudo estará nos eixos."

Meus geminianos - porque como toda boa taurina possessiva, é tudo meu, até os geminianos - são exatamente assim. Baús recheados de frases espirituosas, sacadas geniais, tiradas incríveis e inesperadas. Para mim e para todos os outros rabos de saia que atravessaram os seus caminhos.
Tomemos o caso seguinte.
Começou quase como uma gozação. Reunião de novas equipes, sábado, todo mundo tenso, ele me pede meu bloco de anotações. Passei o bloco e ele me devolve com uma frase escrita.
"Quantas cantadas tu recebe numa noite?"
Ri e deixei pra lá.
Tempo depois, tô em casa, tipo dez da noite, toca meu telefone.
É da casa dele.
Atendo dizendo "alô" em meio a um Steve Vai tocando For the Love of God ao vivo num volume ensurdecedor - pelo menos para os vizinhos e para o meu pobre ouvidinho ao telefone.
Fiquei ouvindo aquele trecho de uma das minhas músicas favoritas e esperando até que ele resolvesse se manifestar.
Dali a pouco vem ele. "Tá ouvindo?"
"Tô. Tá tudo bem aí?"
"Tá sim. Eu só queria compartilhar contigo esse momento."
E desliga.
E a fantasia continua. Outro dia estava no messenger falando bobagem, e ele brincando de controlador de vôo, simulando um vôo por sobre a Amazônia. Foi o que bastou para despertar aquela imaginação sem limites.
Ele já imaginou que estávamos sós num vôo por sobre a Amazônia, e o avião caiu. E ninguém além de nós sobreviveu. E por algum motivo que até hoje não compreendo, tinha uma cortina Luxaflex e um uniforme de doméstica dentro do avião, que eu vesti e tirei por trás da cortina ao som de You can leave your hat on. Em plena selva.
Daí, a primeira das investidas efetivas. "Que horas passo na tua casa?"
"Pra quê?"
"Ué, pra terminar a história."
A segunda das investidas foi dali a um tempo. Ele me liga perguntando se eu tô com tempo livre, precisava conversar. Ok.
Me pega em casa, entro no carro e pergunto pra onde vamos.
"Ah, só vamos dar uma volta."
E de fato, foi uma volta que demos. Fomos até um ponto qualquer da estrada e voltamos, falando bobagens e amenidades. Na volta, ele pára o carro na esquina.
"A minha casa é ali."
"Eu sei onde é a tua casa. É que eu queria dizer que tô apaixonado por ti."
"Aham. Duvido."
Grave erro. Ele tentou e eu fugi. Pedi pra ir pra casa e a história morreu.
Tá maluco? E eu lá sou doida de me meter com chefe casado?

valem por dois? nahhhh

Tava aqui pensando e acho que só tive um geminiano na minha vida. Mas foi uma coisa pequena e rápida (quase precoce) demais para falar aqui. Loulou? Ajudaquiiiiiii