quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Resoluções de fim de ano

Há algum tempo que me identifico com os textos e opiniões dessa que já virou a voz no nosso inconsciente por aqui. Mas esse texto abaixo e um trechinho de outro que colo depois, arrastou todas as fichas! Gostaria de ter força para dizer tantos nãos quanto forem necessários daqui para frente. Inclusive para mim mesma.


Noooooooooooooooooooot

Não sei se isso dura muito, mas preciso confessar que ultimamente minha palavra predileta tem sido: não. Não aquele “não” que aprendemos a falar desde pequenininhas para valorizar o nosso “passe”. Nossa mãe, avó, nosso pai, tio, amigo, irmão, vizinho. Todo mundo adora ensinar a uma mulher a importância de fazer charme e nunca aceitar nada, de sorvete a casamento, de primeira. Mas meu “não” é mais para o verdadeiro e autêntico “não” das crianças. Daqueles que vêm do fundo
da alma e da convicção. Não é nem jogo nem medo. É fácil, óbvio e transparente.

“Você quer sair comigo?”, pergunta um cara absurdamente inteligente, bonito, mas com namorada. Não. “Você quer viajar comigo?”, pergunta aquele ex-casinho com o corpo mais bonito que eu já vi na minha vida, o melhor beijo dos últimos 100 anos, mas seis anos mais novo que eu e obcecado pela “molecada da facu”. Não. “Você me dá seu telefone?”, pergunta o cara que já pediu o telefone de metade da festa. Não. Aliás, eu nem fui nessa festa. Eu disse que não.

Como diria aquela música “só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder”, eu criei uma certa casca para prazeres fugazes. Vivi 345 deles nos últimos anos e fui feliz, mas pela primeira vez sinto que não tenho mais nenhuma curiosidade a respeito.

Dizem que Buda só virou Buda porque nasceu milionário. É mais fácil abdicar de um mundo de facilidades depois que já experimentamos desse mundo em demasia. Chega.

Eu já sei como é fugir para o banheiro do restaurante. Já sei como é beijar um sem-nome, um nome famoso, o melhor amigo, o inimigo, o namorado da amiga, o amigo do namorado, o chefe, o estagiário. Já sei como é acordar em um lugar estranho. Embaçar o carro. Ir a uma festa e pensar “tirando o moço do caixa e o telão, já beijei tudo o que se mexe nesse lugar”. Nada dessas coisas têm mais graça pra mim.

Mas às vezes me pergunto se estou mesmo certa. Quando vou ao cinema com um casal de amigos que fica se pegando loucamente ao meu lado ou descubro que esfriou
no meio da noite e a manta está na parte mais alta do armário, eu me pergunto se uma aventurinha qualquer não era melhor que nada. Pelo menos te esquenta um pouco e te faz alguma companhia. E lembro do Vinícius que diz “mesmo amor que não compensa é melhor que solidão”.

Mas quando uma “fraquezazinha” vem me visitar, eu encho o peito e digo minha mais recente e sonora frase: “Nãããããããããão”. Já tive aos montes pessoas que não compensam esquentando a cadeira ao lado do cinema, o banco ao lado do carro e o
travesseiro extra da cama. E nem por um minuto senti meu peito aquecido. A gente
até engana os outros de que é feliz, mas por dentro a solidão só aumenta. Estar
com alguém errado é lembrar em dobro a falta que faz alguém certo.

Há um bom tempo eu resolvi que alguém certo só apareceria se eu abrisse mão de todos os errados e soubesse esperar. Resolvi que a energia para atrair alguém bacana tem que ser igualmente bacana e com tanta gente errada na minha vida eu não estava emanando coisas muito boas. Mas tomar uma decisão e segui-la do fundo da alma requer um certo tempo de adaptação. Digamos que um pouco de carência com um restinho de curiosidade tenham me feito dizer, nos últimos anos, alguns “sim” que até me divertiram, mas não levaram minha vida a lugar nenhum. Mas agora sinto que isso mudou. Não porque eu quero que mude, simplesmente porque mudou naturalmente.

Por isso, nesse restinho de ano, inspirada no final dos meus 28 anos (que fecha um ciclo) e no começo do ano 2008 (que cabalisticamente representa o número 1 e o começo de um novo ciclo) eu incorporo meu amigo Borat (quem não viu o filme precisa ver!) e respondo a todos os rapazes, amigos e empregos que não forem verdadeiros, bem intencionados e a fim de me fazer feliz : nooooooooooooooooooooot!

E um pedacinho do texto anterior, dela também:

...Eu quero sim, desde que comecei a entender mais ou menos sobre do que se trata a vida, ter um companheiro. Alguém pra contar e ouvir como foi o dia, fazer carinho, ter vontade de dormir junto, viajar junto, envelhecer junto, crescer junto. Essas coisas românticas que todas as mocinhas e todo mundo, no fundo, no fundo, quer. Ou ao menos vai querer um dia.

Mas desejar essa pessoa é diferente de estar matando cachorro a grito a ponto de pegar o primeiro que aparece. Se eu quisesse estar com qualquer um só pra mostrar pra todo mundo que qualquer um me quis, eu estaria namorando ou casada com várias “espécies” que passaram pela minha vida e até deixaram algo bacana, mas não tinham absolutamente nada a ver comigo: médico interiorano que não me deixava usar batom; poeta frustrado que fazia tudo parecer um filme romântico e na hora de fazer sexo o filme virava a comédia “O piloto sumiu”; playboy americanizado que só falava nos EUA e se vestia como aqueles turistas bobos da Flórida; intelectuais tão intelectuais, mas tão intelectuais que nenhum emprego do mundo era suficiente e eles viviam vendo “Vale a pena ver de novo”; misteriosos que só se faziam de misteriosos por medo de alguém desistir se visse o que tinham por dentro... e por aí vai.

Tudo bem que eu sou muito crítica e realmente não existe a pessoa
mais perfeita do mundo. Mas alguém para merecer o outro lado da sua cama não deveria lhe causar, no mínimo, admiração, tesão, felicidade, paz e vontade de passar o resto da vida ao lado? E isso não se encontra fácil assim, pelo menos eu ainda não encontrei. E, pelo o que eu pude observar na festinha desanimada dos meus inimigos secretos, boa parte deles ainda não tinha encontrado também, apesar deles posarem de bem-sucedidos no amor por medo, justamente, de chegar sozinho a um amigo secreto.

Isso e muito mais aqui

FELIZ 2008!


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Sorriso da Monalisa


Existem inúmeras teorias a respeito do mítico e misterioso sorriso da monalisa... Eu mesma ja assisti aulas e mais aulas de composição e história da arte e todas versam sobre teorias a respeito de tal sorriso enigmático sem que nenhuma conclusão definitiva tenha surgido. Mas hoje, quando cheguei em casa e tirei a maquiagem e a máscara de mulher segura e bem resolvida, me deparei com um sorriso parecido e acho que matei a charada.


A moçoila tinha acabado de arranjar uma sarna para se coçar, daquelas que dão bastante trabalho, mas que de certa forma, deixe alguma esperaça no ar, motivo pelo qual ela sorri, assim, meio sem certeza.


Não duvidem... a "mona" sabe o quao especial, bonita e única que ela é, mas talvez justamente para pôr isso à prova as vezes, ela resolve escolher um sujeitinhos complicados, que a deixam com uma pulga atrás da orelha e aquela incerteza se deve chorar pelo fracasso ou sorrir pela vitória.


Aí ela escolhe a dedo (podre) aquele cara mais lindo, mais charmoso, mais gentleman, mais estiloso, inteligente, cavalheiro, tchururu, tudo de bom e, claro, mais concorrido e invariavelmente, mais psicologicamente perturbado. Exatamente como ela.


O carinha esse é ótimo em tudo, principalmente em deixa-la insegura de suas qualidades, até porque ele mesmo é inseguro e a melhor defesa sempre é o ataque ou... sei lá, dois inseguros sem razão de ser sempre se atraem... empatia? ironia divina? Não sei. Mas nada deixa uma monalisa mais interrogacioneforme do que um homem quase perfeito, que vive se depreciando, mas que ao mesmo tempo deixa bem claro que sabe que o adoramos secretamente (ou não tão secretamente assim) e que não é indiferente à isso, embora tenha plena certeza de que não mereça. Aí esse mesmo homem vai te colocar num pedestal, vai dizer que não quer sair de perto de ti, que tu é uma das pessoas que ele mais admira e que lembra todas as mulheres que ele já amou de verdade, pela energia, pelo sorriso, pelo magnetismo.


E quando o teu lado monalisa tá quase escancarando um sorrisão no maior estilo Bozo quando ele te liga pela terceira vez no dia com uma desculpa esfarrapada qualquer, vem o tombo. Tu descobre que ele já está envolvido com outra que é exatamente o teu oposto. Quieta, sem sal, açucar e muito menos pimenta, que não inspira magnetismo algum e que ainda por cima, controla, faz chantagens e joguinhos baixos (tipicos de escorpioninos, aquele bichinho que eu já disse antes, sempre me fizeram mal).


E mesmo com toda essa encrenca, algum instinto kamikase te faz ir em frente. E aí tu te vê descumprindo tudo aquilo que tu prometeu para o espelho indo por água abaixo, tudo na tentativa de fazê-lo ver, ou relembrar, que um bom tempero sempre deixa a vida melhor do que uma dieta insossa. Porque se ele te acha tão maravilhosa assim, é impossível ele continuar preferindo a outra. Tu é tão legal, tão bem resolvida, tão desprendida que jura que não vai controla-lo (como a outra faz), tão amiga, companheira e ao mesmo tempo tãaaao cheia de algo mais. Só estando cego para ainda assim preferir a outra, que entra muda, sai calada, coleciona inimizades e pudores.


Então a mona vai à luta, mostra a que veio e tudo o que sabe. Dá show de desprendimento e parceria, na esperança de que dessa vez, o mundo vai ser justo e ele vai perceber de verdade que se ela é tão legal, não tem poque ficar com uma cópia barata. Poxa, será insegurança dele? Será que ele não se acha suficientemente bom para ter uma monalisa e por isso compra uma pintura barata e sem vida? É medo de que a obra ofusque o seu brilho? Quando é que ele vai se dar conta que um David de Michelangelo jamais pode ser apagado por qualquer obra, mesmo a Monalisa e que ambos podem brilhar juntos nos corredores do Louvre? Ele não precisa estar com alguém menor que ele para ser mais seguro! Mona grita isso para ele de todas as formas possíveis e espera que dessa vez ele escute. Ela tem esperança de que o mundo seja um lugar mais lógico e sorri ao pensar que é uma batalha ganha. Mas ao mesmo tempo ela chora, fica séria e resignada ao lembrar que não, o mundo não é logico, nem justo e muito menos coerente e que por mais maravilhosa e especial que ela seja, ele vai se envolver com a pintura barata e sem perigos.


Aí, depois de entregar tudo o que tem numa bandeja, Monalisa se olha no espelho e chora por ter jogado toda sua auto-estima no colo do primeiro David que aparece. Já duvida de seu potencial e acha que a tal pintura barata pode ser uma afrodite ainda não descoberta. Mas aí ela lembra que foi ela mesma quem lhe impôs esse desafio ao ego. E num misto de esperança e tristeza, enigmaticamente sorri.




sábado, 1 de dezembro de 2007

A história de Arlindo (não o Orlando)

Eu conheci um cara certa vez que combinava duas características de alto grau de compatibilidade: era um safardana de marca maior, e eu não queria nada com ele, nem ele comigo. Era só meu conhecido. Bingo!
Eis que andam me ocorrendo eventos de natureza 129% safardanas, então me lembrei duma história lapidar desse sujeito. Não o vejo há muitos anos, e portanto nem sei se ele tomou rumo na vida.
Mas chamemos o moçoilo de Arlindo. O Arlindo era todo metido a galanteador, daqueles que procura o nome dos garçons e garçonetes nos crachás, só pra ter o prazer de chamá-los olhando nos olhos, como se fosse a maior demonstração de consideração do mundo. Está tripudiando no sujeito, mas chamando pelo nome.
Pois o Arlindo tinha uma namorada tipo modelo exportação. Linda. E até onde me consta, inteligente. O Arlindo, se não era nenhuma beldade, não era de todo péssimo. E tinha aquela cara de canalha que arrasa qualquer mulher na fase mais militante.
Acontece que a natureza safada do Arlindo falava mais alto diversas vezes ao mês, e numa dessas vezes ela buzinou más idéias numa festa em que a namorada do Arlindo não estava - mas a melhor amiga dela sim. E dando sopa, pra delírio da galera da geral.
Alguém da geral, dias depois, foi lá e deu o serviço pra namorada. E por esses acasos do destino, ou pela vontade da geral ver o circo pegar fogo mesmo, contaram pro Arlindo que a dita já estava sabendo.
O Arlindo, que era o canalha típico, se apavorou, ligou pra fulaninha lá, acho até que pra combinar qual ia ser o discurso, e rumou pra casa da namorada pra tentar consertar o estrago. Evidentemente, a canalhice suprema não estaria completa se ele não tivesse aproveitado o vendedor de rosas transgênicas da esquina e comprado não um, mas DOIS buquês. Dez paus. Ele achou que um investimento de dez reais em botôes de rosas iriam apaziguar a fúria da modelo-tipo-exportação.
Bateu na porta da casa da furiosa, com as flores numa mão e o celular na outra. A mocinha abriu a porta, - ah como eu queria ter visto isso!! - fechou a cara, mirou direto no telefone. Passou a mão e olhou as ligações para, há!, dar de cara com a última ligação dele pra terceira lá.
Atirou o telefone na parede oposta, agarrou as flores, jogou na lata do lixo ao lado e acabou com a cara de estupefato do nosso herói com um DIRETO, bem no meio do nariz.
E fechou a porta no que sobrou da cara dele.
Que ficou aborrecidíssimo ao ver seus dez reais indo pro lixo.

***
Tá, agora duas historinhas de meu próprio protagonismo.

Fui viajar e passei uma semana na mesma cidade de um cara que, pela internet, é puro papo firme. Dei a ele praticamente todo o meu roteiro, para que finalmente a coisa saísse do papo e partisse pra prática efetiva.
O rapaz esperou até o dia da minha volta para puxar papo de novo. Quando anunciei que estava indo dar um passeiozinho antes de ir para o aeroporto, o sujeito se auto-intitulou convidado para o evento e vem com a pérola "bem, se eu quisesse te ver mesmo já teria providenciado isso antes".
Enquanto pensava em quem é que tinha convidado a criatura, respondi com "é por isso que eu nem me preocupei". E ele "é, nem eu".
Vinte minutos depois, chega a mensagem no celular: "Boa viagem, te cuida".
Ah, se consciência pesasse!!

A outra historinha é quase uma anedota de tão inacreditável.
Encontrei o sujeito online numa tarde dessas e ele propôs sair do trabalho e vir me encontrar, com uma tábua de frios. Me coube providenciar o vinho. Modéstia à parte, mandei muito bem. Um belo tinto, encorpado, com uma cor lindíssima.
Dez da noite, e o sujeito ainda lá, trabalhando. E eu esperando, com a casa arrumada, banho tomado, todas essas merdas que a gente devia fazer por nós mesmas, mas na verdade acaba sempre fazendo por eles.
Lá pelas tantas ele simplesmente manda "vou nessa, bjs".
E foi embora - para onde? Só Deus sabe!

domingo, 25 de novembro de 2007

Momento de Histeria:

UUUUUUUUUUUUUUUI Gretaaa!!!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A Noite do Superego Descontrol

(citando as coleguinhas do 02 Neurônio e sua expressão emblemática)

O que faz uma mulher sozinha em casa numa sexta feira quente de novembro?
Nada de relevante, claro. Inaugura oficialmente a noite do superego descontrol e manda ver.
A começar, prepara uma comida carregadésima de alho (que é pra enterrar de vez qualquer resquício de vontade de sair de casa que vá bater lá pelas duas da matina). Depois, abre uma lata de leite condensado. E termina com uma garrafa de vinho, pra facilitar a deprê que vai bater quando se der conta da quantidade de calorias ingeridas só por conta dum acesso histérico.
Mas o processo não está completo se não estiver recheado de momentos de navegação aleatória na Internet.
Estava até pensando em dedicar algumas linhas de cunho antropológico ao estudo das pessoas que se filiam a comunidades que "odeiam Sex and the City". Mas aí desisti, dado: 1) o percentual ínfimo de participantes diante da massa que se junta aos fãs da série e 2) o argumento fraco dos que dizem não gostar.
Eu não gosto dos Simpsons, e daí? Sou menos inteligente por isso?
Qual é o problema em mostrar quatro mulheres que não se prendem à vida celibatária enquanto buscam um cara de quem gostem de verdade? Qual é o problema em mulheres sairem sozinhas à noite, curtirem Cosmos (muito bom, aliás) e falarem um monte de merda? Qual é o problema em mostrar numa série que alguém é capaz de gastar fortunas em sapatos?
Obtive a resposta sem querer nesta semana. Um amigo largou a seguinte pérola: "Se nós, homens, fizéssemos de verdade tudo o que dizemos nas mesas de bar, não tinha mulher insatisfeita no mundo".
Aháá!! A questão é a seguinte: quando uma mulher fala que fez e aconteceu, podes crer que ela FEZ E ACONTECEU MESMO. Mas quando um homem diz... aí, meu filho, a coisa muda de figura. Tem atestado em duas vias? Com firma reconhecida? Testemunhas? Hein? Hein?
Então, resumi tudo numa pura e simples inveja. Ou, nas sábias palavras da Shania Twain, "the best thing about being a woman is the prerogative to have a little fun".
Não estou de modo algum dizendo que é o melhor lifestyle do mundo, nem pregando que Manolo Blahnik seja o fiel depositário de todas as nossas economias. Só acho que os críticos perderam o final da série: todas elas casadas, felizes e amando de verdade.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Não resisti...

... e mandei ver a tréplica dos comentários no post abaixo.
A cartela de roxos e rosas tá ficando bem bonita...

Insights do Mestre dos Magos

Tomei a liberdade de copiar o post do teu blog ahm, oficial, cara colega. Até Porque foi copiado de um mail meu, que foi copiado de outro lugar. E além disso, quanto mais divulgado melhor, para eles e para nós! ;)

Ah! Comentários da Loulou em Roxo e meus em Rosa calcinha (já que o choque-não-provoque tá em falta). Vai ficar um carnaval, mas é um mal necessário.

Aprendam. A redação é bobajada pero tem fundamento. Comentários de cortesia. Uma revista feminina realizou recentemente em Angra do Reis um seminário destinado às mulheres de todas as idades. Com duração de 3 dias, o encontro resultou nas seguintes conclusões abaixo:

1- Cheiro bom de homem é... de homem! Um perfume cítrico e aquele cheiro de banho tomado também são ótimos. Mas evite extravagâncias. (Se tiver um Carolina Herrera ou um Minotaure dando sopa por aí...) Putz, ainda prefiro aquele cheirinho de banho... de shampoo citrus e sabonete dove (o clássico) na pele... suspiros... Mas um bom Azarro também tem seu valor. Ah sim. Perfume doce, jamais! Aliás, devia ser proibido para mulheres também.
Tu conhece um chamado Joop? É pra acabar com qualquer preconceito. Deve ter algum ferormônio, sei lá.

2- Hálito de bebidas alcoólicas pode excitar (de "pouco" uísque, vodka, vinho e champagne). De cerveja e pinga, não. (Nunca beba sozinho. Me convide e o problema está resolvido). Endosso.

3- Você pode ter o cabelo como quiser, desde que não seja tigela, nem PINTADO. Você pode manter o cabelo limpo, mas nunca secá-lo com "escova". Você pode ser careca, as mulheres não ligam. Se você tem uma peruca, use-a no Natal, no presépio, como manjedoura do Menino Jesus! Implantes de cabelo, jamais! Eles dispersam a atenção de uma mulher: ao invés de ouvir o que você diz, ficamos hipnotizadas pelos tufos na sua testa! (Há! Perfeito) Ahhhhh, quem nunca teve cabelinho tigela que atire a primeira pedra... eu acho fofo! Mas realmente, cabelo de homem pintado sempre fica num acaju indefinido; peruca lembra o Zacarias e os tufos de implante? Hhahahaha, não parecem mini palmeiras? Talvez uma florista, paisagista, botânica ou dermatologista curta. De resto, NÃO!
Fofo é a palavra. Meu ursinho Peposo também era fofo. Francamente, de Romeus já me bastam os do Shakespeare.

4- Não se atreva a esmaltar suas unhas ou tirar as cutículas. Corte-as, e lixe-as apenas. Em ocasiões especiais, crave-as em nossas bundas! (Discordo em termos. Tem gente que tem estilo suficiente pra usar unhas até pretas, e daí?) Taí o Nuno Bettencourt que não nos deixa mentir, mas lembre-se... nunca, em hipótese alguma, corte as unhas em lugares públicos, ainda mais em lugares como supermercados.
Eu juro que tento esquecer as infâmias que a vida me fez passar, mas aí meu HD auxiliar lembra delas...

5- Se você tem calos na palma da mão, cultive-os (temos sugestões edificantes a respeito!). São úteis para que gritemos na sua cara: "Vem, meu estivador, mostra quem manda aqui!" (Que pândega, essa redatora)

6- Admitimos que você tenha barriga, mas não que seja uma enorme barriga. (Isso aí. Parem com a neura, pelamordedeus) Hummm... mas aí é justo que admitam nosso panceps de leve... ou celulite, ou, whatever... mas se não rola um tanquinho, eu particularmente prefiro o estilo Sadol... não tem barriga, mas também não tem músculo nenhum. Magro de ruim, ossinhos aparentes ;). Gosto não se discute, diria aquela velhinha comendo tatu.
E lá eles sabem o que é celulite? Francamente? Os que sabem são aqueles inclusos na definição do item 11. E... olha, não conheço um que não adote a máxima "tem de ter sustânça". Alguns chegam nos píncaros da "beleza renascentista", mas aí é pros puristas.

7- Pêlos no peito, gostamos. Em orifícios visíveis, como orelhas e nariz, pedimos clemência e tesourinha sem ponta! (Genial) Prefiro os IIINNNNDIIIIOOOOS AGOUUUUURA!!! Nada grave, pêlos esparsos no peito não fazem mal a ninguém, mas eu particularmente prefiro os mais lisinhos NATURALMENTE,claro. Agora... Bolas de pêlo a la Tony Ramos, por favor, mantenha a distância, tenho alergia!!!

8- Banho antes, sim. Logo depois, nunca! Algum tempo depois, hummmm... Pode ser! (Loulou endorses) Pousé... banho logo depois SOZINHO é uma das piores gafes, assim como sair correndo para escovar os dentes ou mesmo para tirar a camisinha. Tira na cama, dá um nozinho e deixa para ter ataquito de limpeza depois. E de preferência acompanhado!


9- Escovar os dentes é obrigação. (SIM! SIM! SIM!)
Jura que tu ficou colorindo as letrinhas uma a uma...

10- Máscaras de creme no rosto, só se você sofrer de micose ou for palhaço de circo. (Nem eu uso essas merdas...) Meeeedo mamãe... coisa de pré-puto.
Pré-puto é ÓTEMA! São eles que usam aquelas camisetas "vem cá meu macho"?

11- Homens com músculos definidos nos parecem másculos. Homens musculosos demais nos parecem indefinidos. Hahahahaha melhor definiçao EVER (PARECEM? Lembram do episódio Príncipe William na The Week?)
Tô devendo a história do Príncipe William aqui também, agora. Aguardem.

12- Há coisas que aterrorizam uma mulher: homens que usam cavanhaque, que usam camiseta regata, que usam shortinho bem curto e os que têm todos os discos dos grupos Abba ou Barbara Streisand. (Qualé o problema de um cavanhaque? O resto... é. Regata e shortinho dá paúra, nada menos) Acho que depende do cavanhaque, (pense em Johnny Depp de cavanhaque, não no Rubens Ewald Filho, pô!) E a regata e o shortinho... Ah, sei lá! E se o cara for maratonista? Depois botam o time de vôlei a jogar com aqueles bermudões maria-mijona reeedículos e todos reclamam... Nah! Eu sou favorável a não discriminação do shortinho... e da sunga! (pronto, falei). Agora... o que dá medo mesmo e deveria ser proibido POR LEI é bigode, sob pena de uma passagem só de ida ao Blue Oyster!!!
Cavanhaque: endosso, engrosso e faço coro. Regata: NO WAY. Shortinho: a saída é pela esquerda. Não estamos falando de trajes profissionais. Sunga: SIM! Não sendo de uma estampa ridícula, estamos apoiando. Bigode: sabe que eu nunca pensei nisso? E se a gente quiser brincar de século XIX?

13- Não se depile, a menos que: a sua mulher peça, você seja nadador, você seja masoquista. (Exato.) Leia.
Ai minha barriga. Ataque histérico de riso. Deve ser o ar do Guaíba.

14- Os homens bem arrumados e elegantes são os melhores de cama, comprovadamente. O resto só serve prá manutenção! (Discordo. E como!) Eu também discordo. E COMO tanto uns quanto os outros, só para não perder o trocadalho.
BOAAAAA! É por isso que essa parceria dá certo: uma passa e a outra marca. Eu ia falar em cruza e cabeceia, mas deixar mais uma na reta ia tornar o diálogo interminável.


15- Reconhecemos um homem pelo sapato que ele usa: não se atreva a usar um mocassim de bico fino cor de gelo nem meias brancas! (Sim, pelo amor da curupita) Aprendi a apreciar os sapatos de dança, bem lustradinhos, já são pelo menos uma promessa de um pas de deux... Mas assim... meia e sapato social, de BERMUDA merece pena de morte. Nada pior que canelas "de carpim" à mostra.
Tá, tá. Mas vamos combinar que meia branca nem no Michael Jackson coube bem. Sapatos de dança são sapatos de dança. Cada macaco no seu galho, e eles têm TODO o valor... principalmente calçando quem sabe o que fazer com eles!

16- Dentes brancos e bem tratados vão bem, mas não a ponto de você mastigar de boca aberta ou mostrar sua higiene com palito de dente a céu aberto. (Danuza Leão já pregava doutrinas a respeito há milênios nos seus livros. Palito de dente, só trancafiado no banheiro escuro) Lembrei de um colega nosso rodando o palito na boca enquanto jogava sinuca. Mas bastava ele entoar canudinho e tu bem que esquecia esse detalhezinho...
Não era pra estar fresquinho em Porto Alegre?


17- Se você for meio esculhambado, usar meia amarela, cueca furada, botina velha e camisa amarrotada, seja ao menos um tipo sensível: saiba poemas de cor ou faça o tipo "cineasta atormentado". (Que, cá entre nós, tem lá o seu charme. Sei lá, atiça o instinto cuidador) Mas camiseta furada no tribunal fica proibido desde já. Ou o encaminhamos ao primeiro albergue/ong, whatever.
No tribunal eu não sei, mas no cartório pelo menos é medida socioeducativa. Levemos nossas crianças para ver o que não se deve usar em público nem sob tortura!!

18- Na cama você pode fazer o que quiser, menos transar de meias sociais. (Será???) Se eu não enxergar as meias e puder usar também... (de algodao, social nem pensar) é justo, claro.
Isso. No inverno, então...

19- Nas roupas, prefira sempre o básico elegante, mas tenha no armário um uniforme de bombeiro ou pelo menos um quepe de policia rodoviária. Se a roupa não der ibope, o uniforme nós garantimos. (O uniforme e a crise de riso depois, né?) Aaaahhhh só pode rir depois???????????
Claro, né. Se rir antes estraga a performance!

20- Não beba álcool demais, nem de menos. Abstêmios, hare krishnas, mórmons e adeptos do Pró-vida são tão assustadores quanto serial killers. (Boaaaa) Sem falar que é um saco tu ficar morrendo de vontade de tomar aquela Polar e o mala sem alça pedir um suquinho e te olhar horrorizado pq tu baixou a ceva sozinha... tsctsctsc. AMADORIIIISMO!
Isso pra mim é quase uma pré-putice. No mínimo falta de cavalheirismo. Deixar a dama se embriagar sozinha...

21- Se você nunca come carne vermelha, acabará não comendo amarela, negra e nem branca também. (Me lembro de um vegetariano que conheci, e à menção de "sou vegetariano" me afastei cinco metros) Eu sou uma vegetariano-simpatizante. Simpatizo com o boi, mas não resisto ao cheirinho de churrasco. Shame on me... :(
Shame on you por que? Só porque tu não deixou de apreciar as boas coisas da vida? Ashes to ashes, flesh to flesh, baby.

23- Não tenha chulé. Se vira! (Isso aí.) Ou asa.
Excelente.

24- E lembre-se: se você se olha demais no espelho, acabará encontrando alguém à sua imagem e semelhança, não uma mulher. (Lembrar do Williamzinho cover nunca é demais. Não acabem brigando com bibas sobre quem tem o maior peitoral)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Com as bênçãos de Bono Vox

Sagitário anda tão constante na minha vida que é até desanimador tentar falar deles.
Vou me restringir ao episódio mais interessante deles.

Papo ótimo, e só papo até aquele momento, e começa a tocar Beautiful Day, do U2.
E eu interrompi totalmente o que estava falando para começar a cantarolar a música, que me descontrola total. Toda pessoa devia ter o direito de acordar ouvindo Beautiful Day e pronto, essa seria a garantia do bem-estar e do bom humor em escala global.
Me dei conta de que deixei o mocinho a ver navios - ou melhor, a baleeira aqui cantando -, aterrisei e me desculpei.
- É que eu me perdi com a música.
E ele, me encarando:
- E eu me perdi noutra coisa...
E já era. It was a beautiful night.

Eita, ferro...

... continuar o blog depois duma dessas histórias impagáveis fica até difícil.
Mas tentemos, ora pois. E com uma dos arcos da velha.

"Sensações intensas é com eles. Uma relação recomendável, em geral, só até os 30 anos. Após esta idade, já se sabe que Drácula é melhor na tela que em casa: é um tal de querer o outro a todo minuto, que mal sobra tempo para respirar. O magnetismo entre o sensual touro e o sexual escorpião é tamanho, que nove e meia semanas de amor não dão nem para as preliminares. Se der certo, porém, isto é, se ambos chegarem a um pacto de não-agressão cada vez que o outro der uma olhadela para a mesa ao lado, não há força divina que os separe."

Médio.
O principal escorpiano da minha vida não foi isso tudo não. Era pacífico, o mocinho. Demos um desconto: tratava-se do meu primeiro namorado. Fofo. Um lorde - esse o principal problema para esta história.
Pero, como sempre há uma segunda tentativa pra validar a teoria, veio o segundo escorpiano.
Era um sujeito de quem eu já tinha ouvido falar muito. Amigo de amigo, aquelas coisas, tu precisas conhecer, blá blá blá. Um dia cheguei no balcão do bar e parei do lado de um sujeito. E aquele feeling. Não tinha nem visto a cara, mas a vibração não me enganava.
O amigo em comum chegou e comemorou a feliz coincidência, um do lado do outro, olha que legal. E eu, passando mal, calor.
Alto, moreno, mais velho. E aquele não sei o que ao falar, ao se mexer. Aquele olho esperto e vivo, aceso ao menor movimento.
Dali a umas semanas combinamos de sair. Fomos a um café e depois dançar.
É. Se é que se pode chamar aquilo de dança. Eu juro que achei que alguém ia chamar a polícia em algum momento. Por sorte, pistas de dança são escuras e têm cantos privilegiados que não configuram atentado violento ao pudor. Mas juro que em certo momento pensei que ia perder alguma peça de roupa. Aff. Calor de novo, só de lembrar.
E se a coisa não foi aos finalmentes, foi porque ainda tinha algum neurônio nesta cabeça. Afinal, isso faz quase dez anos e o superego deste corpitcho era bem maior.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Alergia a insetos

Eu tinha pouco menos de um aninho, estava num clube na zona suuuuuuuul de Porto Alegre - lá onde o diabo furou as meias (porque já tinha perdido as botas há tempos) - com meus pais, quando fui picada por algum insetinho. No início eles não notaram nada. Mas aos poucos eu fui ficando quietiiinha, sonolenta, fui inchando, ficando apática, me afastando da realidade... e quando eles viram, eu estava quase inconsciente, desmaiada. CHOQUE ANAFILÁTICO! aí foi aquela correria para a farmácia mais próxima. Imaginem a cena. Minha mãe, de biquini, entra farmácia adentro num bairro que é ermo até hoje.

- Preciso de adrenalina! E seringa! Rápido!
- A senhora tem a receita do médico?
- Eu sou médica, pqp! Minha filha ta no carro em coma! Me dá a merda da adrenalina de uma vez!!!

E foi assim que eu nasci de novo. Cena para pulp fiction nenhum botar defeito. Aos poucos fui perdendo o tom roxo, voltando a respirar, abrir os olhos... até ser eu novamente.

Vinte e três anos depois um inseto da mesma região da cidade me atacou sorrateiramente, tomou conta, envenenou minha vida e grudou em mim até me sufocar. No início, não notaram nada. Mas aos poucos eu fui ficando quietiiinha, sonolenta, fui inchando (só uns 20kg, coisa pooouca!) ficando apática, me afastando da realidade... e quando viram, eu estava quase inconsciente, desmaiada, sem graça, irreconhecível! CHOQUE ANAFILÁTICO!!!

O escorpião não me deixou em coma, mas quase. Estava numa depressão tão profunda com aquele parasita grudado na minha vida que foi preciso mais do que uma dose de adrenalina para eu me livrar daquele veneno perder o tom cinza, voltar a respirar, abrir os olhos... até ser eu novamente.

E foi assim que eu nasci de novo. E... ahm... acho que seguindo o exemplo do Obelix, eu caí dentro do caldeirão de adrenalina... pq até agora não consegui sossegar! ;-)

You're just too good to be true

Ehê!
Quando eu achava que já ia enferrujar os dedinhos da versão etilizada (não, não errei não, é etilizada de etílico mesmo) de mim escritora, eis que aparece mais uma contribuição que me deixa a pensar.
Na balança dos librianos eu errei feio. Faço meu mea culpa aqui. À época me esqueci totalmente do melhor libriano de todos os tempos. Disparado.
Estava no boteco, eu e o Jack, companheiro inseparável de lei. E ELE pára do meu lado. E é tão fofo que até o barman reparou que eu quase caí do banco. Perguntei por ele. Ele sumiu, oh céus. Mas voltou... era a minha chance de dizer alguma merda ou perder aquela fofice para todo o sempre. Respirei fundo e mandei ver na única asneira que me ocorreu.
- Hey Elvis!
Ele me olhou, deu AQUELE sorriso de lado enquanto ao longe uma banda imaginária mandava ver "Hound Dog", balançou a cabeça ajeitando o topete e mandou:
- Hey Priscilla!
Feito.
Nocaute em um tempo. No melhor estilo "a little less conversation, a little more action".
Os ouvintes da história na época têm dúvidas se fui eu a nocauteada ou ele. Não vem ao caso. O que interessa é que eu cheguei em casa às nove da manhã, depois de ouvir as mentiras sinceras mais fofas do universo. Coisas do quilate de "estou apaixonado", "quero cozinhar pra ti um dia desses" e "a gente podia casar, se tu viesse pra cá ou eu fosse pra lá".
No caminho pra casa, "quando é que a gente vai se ver de novo?"
"Olha, provavelmente nunca".
"Ah não. Mas eu QUERO te ver de novo".
"Tá, então eu te acho."
E com que cara a gente responde pra mãe onde é que a gente estava?
Com a mais lavada do mundo, é claro.
"Ah, mãe, fui ver onde o Elvis mora".
E ia ficar só nisso.
SE...
a balança do libriano não tivesse pendido pro seu próprio lado.
Cheguei em casa sem um dos meus brincos. Favoritos. Maldição. Perdi o diabo do brinco, e Deus queira que tenha sido em Graceland.
Tive de achar o Elvis na web. E aí começou o suplício.
Porque o papo do Elvis era ótimo, tudo de bom, uma gracinha, a coisa mais fofa do mundo. Mas ele estava lá, e eu aqui. E sim, ele achou o meu brinco.
Dali a dois meses, nos encontramos de novo. E ele foi impecável, delicioso, uma coisa.
Tão perfeitinho nos seus defeitinhos que eu nem percebi em tão pouco tempo que as mesmas sinetinhas que tilintavam "You're just too good to be true" nos meus ouvidos também soaram dizendo que ele não ia durar muito tempo solteiro.
Dito e feito. Uma sortuda qualquer agarrou a chance com unhas e dentes.
Quanto a mim...
I ain't nothing but a hound dog, cryin' all the time...

Balança mas não cai...

Que nem esse bloguito. Ficou tão paradinho que quase caiu... mas como diria o Annonimous... VOLTAREMOS!! Pois bem, vamos ao que interessa então.

Dizem que depois dos 25 ou 30 anos, ficamos cada vez mais com as características do nosso ascendente, deixando as do signo solar em segundo plano. Pois eis que li a seguinte pérola sobre um libriano a beira de um ataque de nervos:
"... um libriano se desequilibra muito facilmente. O esforço contínuo para ser adorável pode ser apenas um sintoma da síndrome de Groucho Marx: ele jamais entraria para um clube que o aceitasse como sócio, porque lá no fundo, não gosta muito de si mesmo." (Use e Abuse de seu signo, Marilia Pacheco Fiorilla e Marylou Simonsen - Loulou, me corrige depois na forma de colocar isso, que sei que está errado).

Pois bem... a minha mega insegurança, que inclusive me bloqueou para escrever esse textinho por tanto tempo, pode ser culpa desse meu ascendente que tenta agradar gregos e troianos e acaba por se perder paralisado. E talvez meu karma com librianos venha dessa mesma natureza e daquela coisinha chamada empatia. Porque é inacreditável o número de balanças que cruzam o meu caminho e complicam a minha vida. Perdendo apenas para os cabritos. Portanto, historias com librianos tenho várias, difícil eleger alguma. Mas acho que consigo enumerar alguns pontos comuns a todas.

Situação: conheço um libriano e me encanto, aos poucos, nunca perdidamente, por ele. Existe sempre um fator complicante. Uma namorada, uma ex que ainda incomoda, uma família que é contra (ou uma familia que é a mesma... sim sim, estamos falando de primos), uma viagem marcada, um amigo dele que já teve algo comigo... Em suma, sempre tem um rolo. Mas eles têm o dom de me conquistar no dia a dia, na base da amizade, no companheirismo. Fazem coisas fofas do tipo bancar o lobista para centenas de pessoas para me ajudar num concurso; dedicar musiquinhas meigas para todo mundo ver no meu orkut - sem nem ligar se a namorada vai descobrir - pois afinal de contas, é "só uma declaração de amizade"; Se passar por meu namorado para espantar malas em festas; Fazer palhaçada e me matar de rir se jogando numa parede do prédio da faculdade enquanto diz que é uma lagartixa ou quase pulando no meu colo numa cena de suspense no cinema (uuuiii que medo). Tudo sem muita dose de ardil (aham, vai pensando), até que, quando eu vejo, tô enrolada até o pescoço no charme dessa criatura e nem lembro que de fato existe um empecilho.

Desenvolvimento: e aí que um belo dia eu SONHO com esse amigo... é, filha, tarde demais. Ele invadiu meu inconsciente. Daí para a frente, cada dia eu vou pensar mais nele e vou começar a ter dúvidas se é realmente é só carinho de amigo ou se a respiração ofegante dos dois no cinema, no carro antes de ir embora ou no telefone depois de falar bobagem é crise de asma ou lascívia. E aí quando menos espero, estamos quase pelados em plena web cam, nos arrumando um para ver o outro dali a meia hora, pedindo sugestão de roupa (aham) enquanto nos provocamos mutuamente e a asma só piora...

E numa tarde de estudo de estatistica, num posto de gasolina bebendo um suco ou em pleno café de uma livraria, um imã desgovernado nos faz grudar um no outro fisicamente também (já que os sonhos, o intelecto e até as respirações já andavam juntas ha tempo). PUTAQUEPARIUMEUGATOPÔSUMOVO... não há quimica mais viciante que essa, sei lá se por conjunção astral ou porque foi uma coisa galgada com tempo, cada milimetro conquistado como quem não quer nada, no maior estilo mineirinho come quieto. Impossível resistir, até porque, como boa canceriana, eu não pago impostos para me apaixonar - "um canceriano ama o amor, não importa qual" - Caio de quatro. E é aí, invariavelmente, os problemas aparecem. E aquele empecilho, lembra? Sai de debaixo do tapete e me faz tropeçar para fora do mundinho cor-de-rosa.

Resultado: aí a namorada (ou ex) descobre tudo, a familia condena, a viagem acontece e o libriano, além de sair correndo, ainda tem o dom de me deixar culpada. "Como assim tu deixou aquele depoimento no orkut?" "Como é que a tia fulana viu minhas fotos?" "Eu te ligo quando eu posso, mas não me liga que tu sabe que minha família é contra eu namorar não judias"... e a melhor de todas "Como é que tu viaja para o Rio e fica com um ex? Sim, eu tenho namorada, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa e não consigo mais te ver com os mesmos olhos..." Ééééééé... quem disse que librianos são justos? Para eles é dois pesos e duas medidas. São justos quando lhes convêm e aquela imagem que representa o signo, da balança e da justiça, na verdade simboliza o talento nato do libriano em ser advogado... do diabo!

E a famosa diplomacia libriana? Confirmadíssima! Que outro ser no mundo ia te fazer barbaridades e ainda conseguir te deixar culpada? Só com muita diplomacia, jogo de cintura e um encanto fora do comum, talvez por influencia de vênus. E o pior é que meses depois tu nem lembra mais que tá braba com eles ou por que se zangou. Só o que vem a tona é aquele ser adorável, que de uma forma ou de outra, vai se manter presente para sempre na tua vida, com recaídas constantes, sempre que ele quiser.

Ah sim... sabe aquela venda nos olhos da imagem da balança? Quem se apaixona por um libriano é que fica vendado, cego para os defeitos e os problemas. Pode tirar a venda a hora que quiser, mas por que vai querer, né? Tá, mas é bom eu parar de falar mal deles por aqui, afinal tô em pleno processo de metamorfose, com cada vez mais influencias de libra e é bom não jogar contra meu futuro time ;) . Aqui cabe a velha máxima, se não pode vencê-los, junte-se a eles!!!

sábado, 8 de setembro de 2007

Socueeeerrrno Justiciero (cha cha cha)

Quando muita gente diz para a gente a mesma coisa, mesmo que de maneiras distintas, alguma coisa há. Já levei mijadas homéricas das minhas melhores amigas nos últimos meses sobre a minha vida afetiva modelo "uzi" (metralhadora giratória, para quem não sabe) e que, para que algo dê certo, eu teria que concentrar esforços e principalmente sentimentos numa criatura só... e que valesse a pena, por favor!

Mas quando o "peruano que vivia na bolivia" que vende incenso na cidade baixa e é o maior loroteador da fauna noturna porto alegrense me olha nos olhos e diz em mal portunhol: "Usted precisa do incenso tal (não lembro qual é) porque yo vejo una gran confusion de sentimientos y usted deve ajustar el foco"

MEO DEUS! Foco! Essa é a palavra que eu ouvi repetidamente das minhas amigas... "foco, guria, foco..." e agora ouvia de um ilustre desconhecido. Deve estar muito evidente mesmo.

Pois bem... e essa do foco cai sobre a minha cabeça justo quando eu ando às voltas com em professor de fotografia pra lá de charmoso. E acho que a melhor maneira de aprender a aperfeiçoar o foco é com a ajuda de um professor de fotografia, não é mesmo?

domingo, 19 de agosto de 2007

Para ilustrar tudo isso que disse hoje

Uma musiquinha que um amigo mandou e caiu como uma luva. Vai o clipe também, que não tem nada a ver com o pastel, mas serve p/ escutar música, tão bonitinha...


I'll try anything once - the strokes

Ten decisions shape your life,
you'll be aware of 5 about,
7 ways to go through school,
either you're noticed or left out,
7 ways to get ahead,
7 reasons to drop round,
when i said ' I can see me in your eyes',
you said 'I can see you in my bed',
that's not just friendship that's romance too,
you like music we can dance to,

Sit me down,
Shut me up,
i'll calm down,
and i'll get along with you,

There is a time when we all fail,
some people take it pretty well,
some take it all out on themselves,
some they just take it out on friends,
oh everybody plays the game,
and if you don't you're called insane,

Don't don't don't don't it's not safe no more,
i've got to see you one more time,
soon you were born,
in 1984,

Sit me down,
shut me up,
i'll calm down,
and i'll get along with you,

Everybody was well dressed,
and everybody was a mess,
6 things without fail you must do,
so that your woman loves just you,
oh all the girls played mental games,
and all the guys were dressed the same,

Why not try it all,
if you only remember it once,
oooh ooooooh,

Sit me down,
shut me up,
i'll calm down,
and i'll get along with you

Dona flor

E eis que no afã de querer ser tratada como as donzelas por aí, me vejo na situação de ser disputada por dois cavalheiros, amigos, diga-se de passagem. E foi bonita a peleia. O duelo, claro, não podia deixar de ser, foi na base da dança. E eu ali, rodopiando entre os dois, esperando que o mais apto vencesse.

Até que... touché! Numa parada da música, um passo daqueles caidinhos e um beijo cinematográfico, luta vencida, levou a donzela. O outro, bom perdedor, soube se portar tão bem que na hora já me arrependi da escolha. Não falou nada, só nos abraçou disse que era muito grato por eu ter entrado na vida dele (mas vi nos olhos a decepção por ter sido só isso)e foi embora.

Duas horas depois, ele liga para o amigo.

- Não consigo dormir, tu cuidou bem dela?
- Tô cuidando
(até tava, no momento)

- Cara, não faz bobagem. Ela não é pra brincadeira, cuida dela, CUIDA CUIDA CUIDA, não rateia. CUIDA DELA, TÁ?

E no dia seguinte, o "cavalheiro vencedor" se mostrou ser um ogro, daqueles bem feios que são capazes de dizer "quer romance? vai ler um livro", sem ter sido sequer questionado sobre qualquer coisa a respeito. Cadê o cuidado? Ogro e capricorniano, eu devia ter suspeitado.

É, péssima escolha a minha, justo eu que queria tanto cuidado, abandonei aquele que queria tanto me proteger. Da próxima vez não serei tão darwiniana, não cairei nessa armadilha de escolher o mais apto... pode realmente ser uma canoa furada. E eu afundei.

Mas, como diria um amigo meu, se existem 10 decisões que moldam a tua vida, pelo menos umas 6, tu só vai saber depois de ter decidido da forma errada.

Ei, dá pra voltar a fita?

Mutante

Queria ser mais mulherzinha, dessas de forno e fogão, dessas que dão xilique, que fazem ceninhas de ciúme, fazem beiço, choram e fazem manha. Queria ter o talento de fingir que sou pura e santa até lá pelo terceiro ou quinto encontro - não é essa a regra? - mesmo já estando subindo pelas paredes depois da primeira pegada de jeito, queria poder dizer "tira a mão" e que isso soasse natural e até bonitinho. Queria parecer frágil, inspirar respeito e cuidado.

Ao contrário disso, eu não faço cena, não sou santa, não poso de ingênua. Se tenho vontade, vou lá e faço, seja o primeiro ou décimo encontro. Pra que hipocrisia de fingir que "ai, hoje não"? Pra que joguinhos? Não sei, nem nunca soube blefar. Aí quando o sujeito chega e diz: "olha, quero ficar solteiro, vamos com calma." Eu digo "claro, tu tem todo o espaço do mundo e eu também, o que tiver de ser será". Mas pelo jeito a atitude blefe deveria ser "o queeee? entaõ tá, tchau pra quem fica", dar as costas e contar até dez, que o mancebo viria correndo. Mas não sei fazer isso.

Engraçado que a maioria dos homens diz que queria ter ao lado, uma mulher independente, que gostasse de sexo e não tivesse medo de demonstrar isso, uma mulher que fosse decidida, que não pressionasse e que não fizesse drama. E realmente, das experiências que tive, elogios não faltaram. Me admiram, me têm como referência, aprendem comigo e voltam sempre. Mas casam com as mulherzinhas que fazem beiço, donzelas que precisam de cavalheiros que as salvem e cuidem delas.

Será que ser verdadeira assusta os homens? Será que não depender deles e não ter medo de mostrar o que quer e o que sabe deixa eles inseguros? Poxa! Eu também queria ser cuidada! Também queria um cavalheiro que me salvasse, sem ter que fazer teatrinho para conseguir isso. Cansei de ser amante, admirada, mas descartável. Cansei de ouvir impropérios como "eu te adoro, tu é insubstituível, a melhor de todas nisso ou naquilo, mas tu não é namorável". E não, não pensem que eu sou uma vagabunda, vulgar ou qualquer coisa assim. Sou uma dama sim, mas não finjo ser donzela e isso, pelo jeito, dá medo neles. Será que eles temem a comparação? Temem não serem bons o bastante? Temem não serem realmente necessários e então abandonados? Aquela coisa de "melhor chutar do que ser chutado"...

when i said ' I can see me in your eyes,
you said 'I can see you in my bed


Cansei. Quero alguém que me cuide, de verdade, que me deixe ser vulnerável e não me machuque por isso. Mas não quero ter que fingir ser o que não sou ou lançar mão de joguinhos para conseguir isso. Será tão difícil? Precisa ser um homem de verdade, que tome as rédeas sem medo e sem se sentir intimidado, sem que para isso eu tenha que me fragilizar artificialmente.

Sit me down
Shut me up
I'll calm down
And I'll get along with you



!@#$%^&*()
O CONTRAPONTO

Seguinte: as culpadas somos nós, mulheres.
Somos nós que educamos nossos homens para quererem para si clones de suas mães. E a boa mãe não trepa! A boa mãe lida com a sexualidade do filho do modo mais maternal possível até que Édipo seja tão-somente aquele personagem do Felipe Camargo que o fez casar com a Vera Fischer.
A boa mãe é dócil, e cozinha, e arruma a cama, e dá remedinho na doença, e controla as namoradas do filho. Entendeu? AS NAMORADAS. A mãe é santa e pura e casta e fica de olho nas vagabundas que são sempre um produto do que há do lado de fora do recôndito do lar.
Do mesmo modo, somos nós, mulheres, que educamos nossas mulheres para continuar perpetuando esse comportamento. Ainda criamos nossas meninas num modelo repressor. Liberdade sexual? Bah-lela. Parafraseando umas jornalistas que li, boas meninas não confessam que estão no cio.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

A Pegada

Oh céus. O Dia do Orgasmo passou em branco neste blog, numa clara demonstração de que a nossa vidinha anda no mais completo marasmo.

Mas enfim, pra mostrar que esta que vos fala é uma pensadora absolutamente ligada com as questões contemporâneas, comecei a escrever lá em maio um rascunho de texto intitulado "A Pegada". Dizia o seguinte:

"Não foi preciso simpósio, congresso, convenção ou teleconferência pra se estabelecer o mais absoluto consenso: a gente gosta mesmo é de homem com pegada.
O que não é consenso é que precisamos de alguns quilômetros rodados pra perceber isso.
Gentileza é tudo na vida: literalmente, abre portas, estende a mão, cuida de nós. Mas na hora do vamos ver, quem é que quer gentileza?
A gente quer mesmo é aquela mão firme nas costas, aquele braço enlaçando sem pestanejar, os dedos enroscados nos nossos cabelos - curtos ou longos, que diferença faz pra quem tem pegada?
Quem de nós quer alguém pedindo licença? 'Posso te dar um beijo no pescoço?' 'Posso morder a tua orelha de leve?' 'Posso te encostar nessa parede?'
Nah. O negócio é mandar ver. Depois a gente vê no que deu, recolhe os mortos e feridos, bota band-aid e pancake que resolve."

Arquivei para momento oportuno.
E eis que o momento oportuno piscou na minha cara no Globo de sábado, eu acho.
Matéria intitulada "Elas querem é pegada", de autoria de Graça Magalhães-Ruether, correspondente em Berlim:

"A mulher, mesmo a emancipada, gosta de ser subjugada sexualmente pelo homem." A declaração é da precursora do feminismo na Alemanha, a psiquiatra e psicanalista Margarete Mitscherlich, hoje com 90 anos, que acaba de participar do 45. Congresso da Associação Internacional Psicanalítica, que termina hoje em Berlim. Foi o primeiro encontro do gênero realizado na Alemanha desde a SEgunda Guerra Mundial.
Logo depois de pronunciar a frase polêmica, Margarete ri e pede um favor: - Não me interprete de forma errada, o que eu disse é complicado, porque não significa que a mulher goste de um homem bruto que a violente. Mas ela gosta, sim, de um homem que mostre, de maneira forte, que está interessado nela.
As conclusões ela tirou durante as décadas em que atendeu mulheres e homens em seu divã no Instituto Sigmund Freud, fundado por ela e o marido Alexander Mitscherlich, morto em 1982, com quem ainda escreveu "A incapacidade para o luto", um best-seller que foi a primeira obra a se ocupar com a psique dos alemães depois da guerra. Apesar da idade e de um andador que usa para caminhar, seu rosto tem aparência jovial. A mente nem se fala. Margarete ainda dá palestras e garante que faz três sessões de análise por semana, no Instituto fundado por ela, que fica perto da sua casa.
Especialista no legado de Freud - "ele foi genial porque foi o primeiro a descobrir que as pessoas têm uma psique, que as mulheres gostam tanto de sexo quanto os homens, o primeiro feminista", diz - ela acha o pai da psicanálise ainda bastante atual. Explica que, na sociedade machista que existia antes da teoria freudiana, a mulher precisava, pelo menos nas impressões que deixava transparecer, gerar seus filhos como se fosse "uma imaculada".
E hoje? Margarete Mitscherlich, que foi recentemente autobiografada por duas jornalistas alemãs, defende uma certa característica "animalesca" nas relações sexuais, desde que ocorra por interesse livre dos dois.
Mas esse homem capaz de se import sexualmente - com uma bela pegada, como se diria no Brasil - é um animal ameaçado de extinção. Para a famosa psicanalista no entanto, a culpa não é do feminismo que tanto analisou ao longo de sua vida, mas sim de uma tendência geral da sociedade, que está se "feminilizando".
- Os homens estão cada vez mais adotando qualidades positivas da mulher, como cordialidade, paciência, compreensão, piedade.
Isso é bom, mas não para o sexo.

E segue.
Me senti uma vanguardista de primeira.
Meninos. Se liguem.

domingo, 15 de julho de 2007

Enquete do dia

Por que raios, quando um ex teu (e não precisa nem ser namorado, pode ter sido só caso) se envolve com outra, mesmo que MUITO TEMPO depois de vocês não terem mais nada, mesmo tu não sentindo nem cosquinha pelo indivíduo, dá um ciumes absurdo? Sei lá, um vazio, um aperto, uma sensação de incompetência... E isso piora mais ainda se tu tiver solteira.

Responda, por favor, optando por uma das alternativas ou, caso ache necessário, me indicando um psiquiatra de confiança.

a) Normal, sentimento de posse, aquele pedaço de carne é meu, yadda yadda yadda
b) É porque, vendo a criatura com outra pessoa, dá aquela sensação de incompetencia, de "por que não tá comigo?" "o que foi que eu fiz de errado?" "por que não eu?". Mesmo que tu saiba que jamais daria certo e que tu não quer aquela pessoa do teu lado.
c) Papinho p/ boi dormir, tu gosta da criatura ainda e tá só te fazendo de Salame. (Se essa alternativa for muito votada eu vou começar a me preocupar porque sinto isso com todos os exes, desde os primeiros)
d) Pensando bem, isso só acontece quando são os exes que te deixaram. Os que tu deixou, tu não quer ver pintado. Então é só um sentimento de looser mesmo.
e) Guria, tu é louca, perigosa e deve ser internada. Deixa eles serem felizes (sim eu deixo, mas isso me dói).

domingo, 8 de julho de 2007

Reparando injustiças

Poxa, eu ia falando em librianos e me esquecendo de meu best partner de todos os tempos.
Entrei no bar me requebrando, como de costume há dez anos atrás. Chega o mocinho, também dançando. Pára todo mundo em volta pra ver. E ele me dá um guardanapo com um telefone e "me ligue para dançar". Não tentou nada dessa vez, nem na outra. Só lá pelo terceiro encontro. Um gênio da estratégia.
E a cena da pista se repetiu dezenas de vezes. Era lindo de se ver, mesmo. Sintonia total, empatia à primeira vista, sincronia perfeita. Na pista. Fora dela, o mocinho é um amor, foférrimo e tudo. Pero, não rolou. Pena.
Lembrei disso porque está pintando outro libriano na parada. Só que como nada na minha vida é simples, ele é amigo do canceriano. O melhor amigo.
E eu, a taurina racionalíssima e de ética inquebrantável, já vi que vou ficar nos cascos - ops, quer dizer, na saudade. Eu sempre digo que nenhum homem vale uma amizade, e eu também não valho. Nem uma amizade, nem a Terceira Guerra Mundial, nem um sermão, nada.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

True Blue ou "ainda dói"

Não é todos os dias que a gente acorda a fim de escrever coisinhas engraçadas e espirituosas, ainda mais quando, na hora de dormir, eu coloco o mp3 player nos ouvidos no modo randômico e toca uma seqüência perfeita da história do taurino aquele fatídico, que ainda tá encrustado aqui. Me deu uma nostalgia e uma tristeza, sensação de impotência mesmo por ter lutado tanto e ter morrido na praia. Detalhes demais não posso dar, até porque ficaria massante, mas posso narrar aqui em estrofes de músicas que fizeram parte e fizeram sentido ao longo da história.

Tudo começa numa fase minha de apatia, fase dois básica,onde minha trilha sonora favorita é:
I'm so tired
of falling in love
finding it easy
to fall out..."

Eis que surge o taurino, do nada e como um anjo, inclusive pelos atributos físicos (loirinho, cachinhos, jeito doce...) Passei dias cantarolando
speak kind to a stranger
Cause youll never know
It just might be an angel come
Knockin at your door
And Im waiting on an angel
And I know it wont be long
To find myself a resting place
In my angels arms

Nem tudo são flores, o momento não era o certo, mas eu resolvi dar uma de compreensiva, como sempre e dediquei (de verdade, cantei para ele):
Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Agora e sempre mais
Eu só quero que você ouça
A canção que eu fiz pra dizer
Que eu te adoro cada vez mais
E que eu te quero sempre em paz

Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas, te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem

Eu só quero que você caiba
No meu colo porque eu te adoro cada vez mais
Eu só quero que você siga
Para onde quiser

Que eu não vou ficar muito atrás

Tudo porque no fundo eu acreditava na música que ele mesmo me apresentou e me ensinou a gostar...
If the world isn't turning
Your heart won't return
Anyone, anything, anyhow
So take me don't leave me
Take me don't leave me
Baby, love will come through
it's just waiting for you

Até tentei não me jogar de cabeça, mas fica impossível de não se apaixonar quando uma pessoa te acorda na madrugada com uma gravação - cantando, tocando, fazendo segunda voz, assobiando e chupando cana - de uma musica que acabou de aprender só pq tu disse que era uma das tuas favoritas... e a letra também dizia muito. Será que finalmente encontrei alguém que gosta de falar e sentir por músicas?
It's been a long hot summer
Let's get under cover
Don't try too hard to think
Don't think at all

I'm not the only one
Staring at the sun
Afraid of what you'll find
If you took a look inside
I'm not just deaf and dumb
Staring at the sun
Not the only one
Who's happy to go blind

Mas nem tudo são flores e seguindo na linha U2, a situação se tornou estagnada... quem mandou ser boazinha, compreensiva, dar tempo ao tempo e espaço de sobra? Acabei caindo de cabeça sem capacete e ele ficou como uma estátua de sal.
I will not forsake
The colors that you bring
The nights you filled with fireworks
They just left you with nothing

I am still enchanted
By the light you brought to me
I listen through your ears
Through your eyes I can see
You are such a fool
To worry like you do.. Oh
I know it's tough
And you can never get enough
Of what you don't really need now

My, oh my

You've got to get yourself together
You've got stuck in a moment
And you can't get out of it

Oh love, look at you now
You've got yourself stuck in a moment
And you can't get out of it

I was unconscious, half asleep
The water is warm 'til you discover how deep
I wasn't jumping, for me it was a fall
It's a long way down to nothing at all

Caí na real, chorei, me descabelei e eis que surgiu alguém que me quis, mesmo chorando e descabelada. O antigo anjo? É OBVIO, quando sentiu que perdeu, veio atrás.
You never call me when you're sober,
You only want it 'cause it's over - it's over.


How could I have burned paradise.
How could I, you were never mine?

So, don't cry to me.
If you loved me, you would be here with me.

E ele concordou com a última frase, e decidimos que tinha acabado mesmo, porque ele não queria mesmo se envolver com ninguém ainda e eu só iria me magoar. Cada um para o seu lado, ele com a solteirice festiva que ele tanto se apegou e eu com a minha solidão, mas sem jogos, sem trapaças, nem canos e cabeças fumegantes (sim Lou, te plagiei). E no momento em que fomos mais honestos um com o outro, foi um dos pontos mais dolorosos e ao mesmo tempo bonitos de toda a história.
Your heart is not open so I must go
The spell has been broken, I loved you so
Freedom comes when you learn to let go

Creation comes when you learn to say no

You were my lesson I had to learn
I was your fortress you had to burn
Pain is a warning that something's wrong
I pray to God that it won't be long

Do ya wanna go higher?

There's nothing left to try
There's no place left to hide

There's no greater power
Than the power of good-bye

Your heart is not open so I must go
The spell has been broken, I loved you so
You were my lesson I had to learn
I was your fortress

There's nothing left to lose
There's no more heart to bruise
There's no greater power
Than the power of good-bye

Learn to say good-bye
I yearn to say good-bye

Pouco depois, aquele que não queria se envolver com ninguém, mas que me envolveu e me enredou na sua teia doce, cai na chantagem barata de uma escorpionina e começa a namorar. Sinceramente? Mesmo tendo acabado e de ter ficado tudo esclarecido, me senti traída como nunca. Por mim mesma. É a milésima vez que faço o papel de catalizadora. Sou boazinha, compreensiva, amiga, ensino os princípios do carpe diem e de cuidar dos outros, de ter um relacionamento... Tá, to sendo pretenciosa ao dizer "ensino", mas varios já voltaram para dizer que aprenderam a gostar, viver, ser feliz quando estiveram comigo, a aproveitar cada minutinho e que são gratos a mim por isso, mas que eu cheguei no momento essado e outras conversinhas para boi dormir. Aí eles acabam com a "professora" e vão ser felizes com outra! Sacanagem, né? Pego cheio de problemas, aparentemente "resolvo" - eles não teriam porque voltar e contar depois se não fosse verdade, né? - e aí eles vão ser felizes com outra? Francamente. Cansei. Não quero mais brincar disso. Se o taurino vai voltar? Não sei, todos voltam, uma hora ou outra, mas se é só para agradecer pela felicidade conquistada, dispenso. Chega disso, meu coração não suporta mais.

Enquanto isso fico aqui, cantando mais uma musiquinha e tentando vencer essa apatia que me paralisa. Ah, um doce para quem souber o nome de todas as músicas citadas.

Doença de amor
Só cura com outro
O meu coração
Precisa paixão
Senão bate pouco


Me disfarço bem
Cantando baixinho
Olhando pro céu
Impossível alguém
Se sentir sozinho

Vou subir numa montanha bem alta
Vou chorar, gritar, xingar até ficar exausta
Se perder mais um jogo e outro amor
É sinal que a sorte me deixou em xeque-mate
Livre outra vez
No xadrez

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Cof, cof, tirando a poeira

Até que enfim. Já não guentava mais ficar escrevendo em bloco de notas!
Tudo bem que essa minha historinha de libriano é chata. Mas existe algum libriano bacanérrimo de quem falar?

"Na pior das hipóteses, devem ser sócios num antiquário. Ou numa empresa de relações públicas. Ambos são ligadíssimos em artes em geral, inclusive a arte da persuasão. Se forem felizes, freqüentarão juntos todas as mostras de cinema, exposições e leilões. Coquetéis também, mas aí algumas divergências podem se manifestar. O touro só irá ao coquetel se o uísque for de primeira linha. O libriano irá para ver e ser visto, e, se possível, impressionar, com comentários sedutores, o artista homenageado. Como o touro não é muito chegado a joguinhos de sedução, vai interpretar de maneira lastimável os modos librianos."

Meu primeiro beijo foi com um libriano.
Mas isso foi há muito tempo.
Há muito tempo também apareceu outro libriano assim, de bobeira, na minha vida. Ele tinha cabelos longos e cacheados, e da primeira vez que o vi tinha aquela cara de recém saído do banho. Os cabelos molhados e aquele perfume. E o humor, meu Deus. Acidez a toda prova. Só podia dar merda.
E deu.
Ele se apaixonou. Fez poemas, fazia pequenos escandalozinhos de demonstração de afeto, escancarava pra deus e pro mundo o quão víbora eu era porque renegava aquele amor tão genuíno.
Só um libriano teria verve suficiente pra dar de presente de aniversário um livro e esconder nele um poema. Tão escondido que eu levei uns seis meses, acho, pra encontrar. Tomei o maior susto.
Mas o tempo passa, né? Dia desses encontrei com ele na rua. Casado, com filhos e tudo o mais. Apresentei aos meus acompanhantes como sendo o "meu" amigo e deixei bem claro que como boa taurina era tudo meu, sempre. Rindo.
E ele, igualmente rindo, responde "É, só que aqui tu nunca veio tomar posse, né?"
Fazer o que? Tsc tsc tsc.

Apatia


Se o Gianechini aparecesse na minha frente por esses dias, vestido de Paschoal (o mecânico "tttuuuuuuudo" que ele interpretou recentemente na tv e constantemente nas mentes fantasiosas femininas, eu só ia pedir uma coisa para ele: CONSERTA A MINHA MOTO, MOÇO?

Só.

Será que isso é grave?

terça-feira, 3 de julho de 2007

Acabando com o bloqueio criativo

Depois do bloqueio de quase um mês, fruto de uma pneumonia (xô uruca), volto a tentar escrever. Vamos logo com essa roda zodiacal que "tem muito mais coisa entre as minhas orelhas do que reza a vã filosofia", como diria a minha amiga Quércia. Pois bem... aos virginianos então:

"A investida agressiva ou sexual não está entre eles. Ele despenderá seu próprio tempo precioso em achar o objeto de seu amor, pois é tão crítico e meticuloso na escolha de uma mulher quanto com o que come, veste, com sua saúde e seus hábitos de trabalho."

HA HA HA

Os dois unicos "virgens" da minha vida eram verdadeiros tarados. Um era praticante e professor de sexo tântrico, mas chegado à investidas passionais também. Tipo... no "day after", ao me encontrar no bar da faculdade, me derrubou por cima de uma mesa, no maior clima "vai comer aqui ou levar p/ casa?" O outro se auto-denominava "Amante Latino" e, dizem as más linguas, já trabalhou como stripper (daí viria o codinome). Desnecessário dizer que nenhum dos dois era chegado à monogamia ou especialmente criterioso na escolha de suas (muitas) vítimas.

Ou seja... ou esse papo aí sobre virginianos é mentira, ou esses meus mentiram a data de nascimento. Então, posso me considerar virgem em virgens da gema.

O mais irônico é que eu tenho marte e venus em virgem, o que em teoria significa que meu homem ideal seria um virginiano. Olha... até admito que atualmente, entre meus alvos, tem um virginiano. Mas quando leio a maioria das definições desse signo, me vem à cabeça a Monica Geller (Friends), a personagem mais cri-cri que eu conheço. Aí eu perco a vontade. Homem bom é homem complicado. Os certinhos merecem o céu e o céu... só se for open bar!

terça-feira, 5 de junho de 2007

Sorvete, chocolate, bala de goma ou um homem, por favor!

A falta de postagens desta que vos fala se deve a uma grave crise de abstinência, de um item já discutido no post abaixo. Nesse caso a máxima que diz que sem transpiração não há inspiração se encaixa perfeitamente. Aliás, como recente artigo patifento e cretino disse,
"Um orgasmo (ou pote de sorvete) é o tipo de coisa que “reseta” o cérebro feminino e as faz voltar ao normal. Da mesma maneira que reiniciamos o Windows quando o computador fica lento porque rodou vários programas ao mesmo tempo."


Bueno, vou ali comer um pote de sorvete e já volto para tentar escrever um pouquinho e seguir a saga zodiacal.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Inaugurando a série "Debates"

Peço vênia à minha cara colega de blog para abrir o debate em torno da nossa relevante questão do dia, referente à suposta dependência química feminina de certos, ehm, como direi, fluidos corporais (para ficar no jargão impagável do Stallone naquele filme cujo nome eu não lembro).
A matéria completa (vale a pena!) está aqui, ó.
O que vocês acham?
Eu só sei que isso explica pelo menos um dos acontecimentos da minha vida recém-pregressa. Ou ajuda a explicar, porque quero crer que mesmo sem o ocorrido o mocinho daria conta do recado. Aff. Mocinho, que eufemismo.

domingo, 27 de maio de 2007

Virgem? Aham. Sei.

"Aqui é solidez, solidez e mais solidez. Se não tiverem entrado para um consórcio de carros, juntos, seis meses depois de se conhecerem, quitado a primeira prestação da casa própria dois meses antes de se casarem e começado a obra do sítio um ano depois de casados, podem desistir. Nada manterá o equilíbrio da relação. O touro será sacudido por acessos de desejo incontrolável (não importando muito do quê) e o virginiano vai despejar sobre ele terríveis acusações sobre a hipoteca da casa."

Minha história com um virginiano é tão fora dessa sinastria que poderia muito bem ser um repeteco do leonino. Com a diferença de que levou dois anos pra acontecer.
Quando eu o conheci, tinha quinze anos. Uma pirralha. Ele já tinha vinte, nossa senhora, era um cara feito, bem resolvido, já estava na faculdade enquanto eu sonhava com o dia de me livrar daquela porcaria de sinal da escola sete e meia da manhã todo santo dia.
Era - e foi durante muito tempo - muita areia pro meu caminhãozinho. Um sujeito realmente exuberante. Tão exuberante que nem parece virginiano. Além de ser um cara grande, aqueles ombros largos de remador, ainda tinha uma especial habilidade para parecer absolutamente seguro de si. Podia estar dizendo a maior merda do mundo, mas dizia com uma tal convicção que chegava a assustar.
Foi o que aconteceu dois anos depois, quando toca o telefone lá em casa e eu não sei quem é aquele cara. Nome de anjo... eu não conheço ninguém com esse nome... ah! pelo apelido ficou mais fácil. E eu engasguei, gaguejei, tossi, fiz o diabo. Aquele HOMEM TODO estava me convidando pra ir vê-lo tocar? Nuóssa. Era o meu dia de sorte!
Foi rápido assim que começou e rápido também terminou. Era exuberância demais pra mim. Eu, numa fase dificílima, precisava de alguém que prestasse atenção em mim, um pouquinho que fosse. Ele, numa vida tão leonina quanto a natureza virginiana dele permitia, precisava de alguém que prestasse TODA a atenção nele. O tempo todo. E eu não podia fazer isso, até porque não suportei esse jeito seguro demais a ponto de parecer agressivo.
Um mês depois de terminar, ele me encontra e vem pedir desculpas. Aí já era tarde, meu caminhãozinho tinha crescido e eu queria mais do que aquela areia virginiana convencida.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Meeeeedo, mamãe!

Era só o que faltava. Depois de cursos de strip e de sedução feminina, os gajos resolveram atacar nesse lucrativo ramo dos cursos de desmanéização na arte dos relacionamentos. Divirtam-se lendo os "depoimentos" , todos anônimos, claro!

Quando é que eles vão se dar conta que um bom curso de dança faz tudo isso e muito mais na vida de um homem? Homem que dança é tudo de bom! Além de ser coordenado, charmoso e confiante, ainda aprende a ser cavalheiríssimo. Quem é que precisa de curso de sedução quando sabe dançar? Maiores esclarecimentos em breve em post específico sobre homens x dança... mas por enquanto só essa idéia.

Divirtam-se com os depoimentos dos aprendizes do dr. hitch

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Gosto muito de você, leãozinho...mas pára de arrumar o topete e vem cá meu lôro!


O dono da juba de ouro do meu coraçãozinho (ui que brega) já mostrava traços leoninos desde cedo. Sabe aquela fase que os pequenos sonham em ser médicos, pilotos de avião, jogadores de futebol, bailarinas, e até presidentes? Pois este filhote de leão (raio da manhã) achava tudo isso muito furreca e sonhava em ser: ASTRONAUTA, PAPA (não, não bastava ser padre, tinha que ser PAPA, afinal, o Papa é pop) ou REI (queeeee presidente o que!) E mais, dizia que quando crescesse, trocaria de nome para LEOPOLDO, definitivamente um nome bem pomposo, apropriado para papas e reis. Megalomania? Nah, quéiiiisss, imagina!!!

Nos conhecemos na adolescência, eu tinha 14 e ele era "sexy and seventeen", com sua juba proeminente ainda. À primeira vista ele me pareceu um menino simpático, bonitinho e até humilde, inseguro... e a propaganda enganosa correndo solta!

Ficamos amiguinhos por uns meses até rolar o primeiro beijo, numa clássica "Festa do Havaí". Ele foi fofíssimo, um verdadeiro gatinho, carinhoso, ronronante, conquistador. Claro que a carangueja carente aqui caiu de quatro. Para completar, a família toda do moço me acolheu como sua, o que é o verdadeiro paraíso na terra para uma canceriana espaçosa que se preze (vide post a esse respeito).

Por conta desse convívio com a família foi que conheci o lado "grrrrrrraaaawwww" da fera. Furioso por eu ter tomado conta do território dele e me infiltrado inadvertidamente no seu bando. Projetou as garras para fora, deu aquela rosnada e me mandou longe. Eu, que não sou boba nem nada, saí de fininho...

Oito anos se passaram e eis que foi a vez do felino futucar a minha toca e, em pleno aniversário da minha prima (o qual eu não estava, mas ele sim - veja só) ele perguntar por mim e me intimar a ir na festa forte que aconteceria logo mais. A curiosidade matou o gato... e o caranguejo também. "Vim, vi e venci", mais ou menos isso resume a minha chegada na festa. Reencontrei o moço e em menos de duas frases, nos perdemos em algum canto da festa.

Só que junto com ele, reencontrei a familia dele, que eu realmente gosto muito, principalmente da irmã mais nova que é minha amiga e sempre será minha-eterna-cunhada-que-nunca-foi. Pois a irmã me convidou para, no dia seguinte, irmos no Brique(para os não iniciados, o "brique" é um lugar típico de porto alegre, chimarródromo oficial) no dia seguinte, visto que, durante a festa não conversamos, afinal o maninho dela me monopolizou. Mais uma vez acabei por provocar a fera, que me espantou com um rugido de dar inveja à MGM.

Mais 4 anos dois casamentos e uma filha (!) depois, e a fera é encontrada na noite portoalegrense, no maior estilo (como a propria irmã dele muito bem definiu) "galã de rodoviária". É incrível como nos bastam 3 frases de pouquíssimas palavras!

- Oi! Tu por aqui!
- É. Tá solteira? Eu tô
- Tô

Dush! Direto para o canto! Claro, não preciso dizer que no dia seguinte ele teve outra crise de "todo-poderoso-máximo-ser-supremo e disse: ai, vamos deixar assim, senão tu te apaixona de novo por mim, fica proxima da minha família e eu não to querendo compromisso agora. HEIN? Alguém falou nisso? Alguém? Alguém? A única coisa que eu queria, por mera curiosidade de quem tem lua em sagitário era saber como um felino se porta no leito, mero interesse científico! Mas que nada, nesses anos todos, nada além de beijinhos, carinhos e juras de paixão (da parte dele, que fique bem claro) - será que eram para o espelho atrás de nós? - Anyway, nada além disso rolou. Será que ele tem medo que eu aperte minhas pinças em lugares impróprios, bilisque a bunda e deixe marcas indeléveis na pelagem? Não sei, mas sei que marca mesmo eu deixei no id dele, pq de tempos em tempos nos encontramos e apenas o ato do encontro destrói o superego, ele esquece de tudo e me arrebata. Quem sabe daqui ha mais quatro anos eu não termino minha pesquisa de campo? Se descobrir conto para vocês.

Ah sim, mas de uma coisa serviram as 3 tentativas e erros anteriores. Por nada nesse mundo (muito menos por miados e rugidos) eu me afasto da minha amiga, que se mostrou muito mais presente constante que o gatinho da família e nunca, jamais, foi uma isca para tê-lo por perto. E ele que não se meta à besta porque ela é do meu clã também e se ele sabe arranhar eu sei beliscar!!

domingo, 13 de maio de 2007

Pausa para um pedido ao papai do céu.

Num dia chuvoso desses que te faz parar e pensar na vida e com o chatinho do Papa (imperador Palpatine) no Brasil, me deu vontade de fazer um pedido para quem quer que seja que estiver lá em cima. É bem o que eu quero: "world peace" (coisa mais miss) e "someone to love" já que o inverno tá chegando e as perspectivas de um cobertor de orelha são remotas.. Com vocês, BB King e Glady's Night (a versão da Sade também é fantástica, mas não achei no youtube).



PLEASE SEND ME SOMEONE TO LOVE

Heaven please send to all mankind,
Understanding and peace of mind.
But, if it's not asking too much
Please send me someone to love.

Show all the world how to get along,
Peace will enter when hate is gone.
But, if it's not asking too much,
Please send me someone to love.

I lay awake night and ponder world troubles.
My answer is always the same.
That unless men put an end to all of this,
Hate will put the world in a flame, (oh) what a shame.
Just because I'm in misery.
I'm not begging for no sympathy.
But if it's not asking too much,
Just send me someone to love.

Heaven please send to all mankind,
Understanding and peace of mind.
But if it's not asking too much,
Please send me someone to love.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Quinto. Touro x Leão

"Um touro sem o seu cenário aconchegante (e, se possível, belo e caro) é um peixe fora d'água. Um leão sem palco apropriado é um rei sem súditos. Conclusão: o touro fornece um ambiente primoroso para o leão passear satisfeito sua juba. Serão aquele casal que todo mundo vai dizer que foram feitos um para o outro. Suas festas serão comentadas muitas ressacas depois, o menu dos seus jantares, copiado até pelo pior inimigo; a trilha sonora de seus brunchs, procurada em toda loja de disco. É brilho, brilho e mais brilho - desde que alguém consiga pagar a conta."

O interfone toca e o porteiro anuncia que ele está subindo.
Ele já desce do elevador ao telefone.
Ele é alto bem na medida do meu gosto e está, como sempre, impecavelmente vestido com um dos seus ternos.
Aham. Sim. Claro. Pode deixar que eu vou perguntar. Fulano, agora tenho de desligar porque estou entrando na sala do Governador. Tá, pode deixar.
E eu já estou pendurada no pescoço dele, só esperando que ele desligue a porcaria do telefone para me grudar num beijo.
E não é um beijo qualquer. É aquele beijo que me tira do chão.
Aquele perfume, meu Deus.
Aquela cara de cretino preparada pra mentir em qualquer circunstância.
Ele é uma estrela, e eu a platéia embasbacada.
Ele sorri de lado e eu me perco no que ia dizer.
Ele me leva pra sair, me apresenta pros amigos e ama Gary Moore.
Sim, ele é leonino.
E eu só precisei de dois meses pra descobrir que ele não suportava uma platéia de uma assistente só.
Esqueceu-se ele que eu sou uma taurina e não suporto dividir meu pasto com ninguém.
Foi uma pena. Meu CD da Betty Blue voltou arranhado.

terça-feira, 8 de maio de 2007

mais um tumorzinho...


Tem coisas que só um homem de cancer faz por você. Passar dois anos te convidando para jantares, saindo, e escancaradamente querendo coisinha, mas não partindo para a ação nunca porque "conheço teus pais e respeito muito eles, por isso não posso fazer nada" é uma delas. Só um caranguejo tem tão forte essa noção e respeito à familia DESSA FORMA arraigada. E só uma carangueja para entender plenamente isso e não achar que o cara é veado.

Então, depois destes dois longos anos, um belo dia, com o superego devidamente dissolvido, os dois crustáceos finalmente tomam coragem e grudam suas pinças, não sem antes tirar de circulação todas as fotos dos pais da carangueja-fêmea para ele não se sentir desrespeitando a família da moça. A cousa toda termina e canceriano antes tão cheio de dedos me vem com essa:

- Corro o risco do teu pai chegar agora e me pegar de cueca?
- Não. Eles estão viajando...
- Até quero visitar o sogrão, mas de calça, né? Ficar para um churrasco e tal
- Não te preocupa. - imaginando que ele queria aproveitar o momento conchinha mais umas horas antes de ir embora
- Tá, que tu quer de café da manhã? Porque se é assim, vou dormir aqui.

É, minha gente... eles são respeitosos sim, mas são espaçooooosos também, principalmente quando a coisa envolve casa, família, coisas caseiras. Quando se trata de aconchego, qualquer canceriano que se preze manda à PQP princípios, crenças, respeito e o que mais vier pela frente e agarra com unhas e dentes o seu cobertozinho azul. E se vier com um cobertorzinho de orelha junto, aí sim, ele toma conta, deita, rola.

E quando tu menos esperar, tem um caranguejo de chambre, fazendo panquecas numa segunda de manhã na cozinha da tua casa, já íntimo de todos teus armários, mesmo que tenha sido apresentado à eles na noite anterior. Se eu gostei? Tá maluco? Desde quando canceriana gosta que mexam nas suas coisas? Invadimos sim, somos espaçosos sim, mas pode ir saindo fora da minha conchinha que ela é minha e de ninguém mais. Ah, e antes de bater a porta, faz favor de devolver o MEU cobertor!

Chama o Oncologista!

Câncer + Câncer = 99% de probabilidade de cacaca. Por quê? Ora, canceriano é o bichinho que mais tem tendência a guardar as coisas para si (as ruins principalmente). Aí tu junta dois que fazem isso e das duas uma: ou uma hora explode, ou um dos dois acaba com uma gastrite, senão ambos! senão coisa pior!

Minha experiência com o ladinho rancoroso dos caranguejos (fora o meu) nem foi com um filho legítimo, e sim, com um pobre coitado que teve o azar de ter lua em câncer (justo a lua, que comanda os sentimentos) e o signo solar em capricórnio (o oposto de câncer).

Pois eis que a cruza de cabrito com caranguejo resolve se apaixonar por essa que vos fala justamente quando eu estava naquela fase adolescente deslumbrada porque começou a chamar a atenção dos mancebos e ele, ao contrário, ainda patinava na fase "patinho feio". Tá, tenho que defender o meu lado. Nunca fui tãããão deslumbrada assim, até porque minha insegurança cancerígena não permite. Mas estava, digamos, numa boa fase. O moço em questão era meu amigo (a meu ver) e me escrevia todo santo dia, e-mails fofíssimos, bilhetinhos na aula, cartinhas... e eu achava extremamente natural aquilo, já que costumo fazer esse tipo de coisa até p/ os postes, que dirá para meus amigos queridos (sim, isso é bem coisa de caranguejo, por isso nem vi a "maldade" por trás). Eis que um belo dia, me chega uma declaração. Uma coisa do tipo "acorda, pára de me ver como amigo que eu quero muito mais que isso", mas em forma de poema. Aiaiai, cacaca. Fudeu a barca como diriam alguns. Porque eu simplesmente NÃO CONSEGUIA enxergar a criatura sem ser como amigo naquela época. Será que por futilidade adolescente de ser pelo fato de ele ser um patinho feio? Não sei, sei que não bateu. E eu fiquei tão constrangida com aquilo tudo que nem sequer respondi o tal e-mail e fui, aos poucos, me afastando, andando de ladinho como uma boa siri fêmea.

SHAME ON ME!

Vários anos se passaram e o Patinho Feio cresceu. E VIROU CISNE. Não, eu não virei um patinho feio, mas é inegável que os anos fizeram muito melhor a ele do que a mim. E eis que o belo cisne então volta ao bando de patos... E a pata aqui, bate os olhinhos e cai de amores. E pior que ele não melhorou só fisicamente. Deixou de ser o bobão da turma, cresceu profissionalmente e, golpe de misericórdia, virou um pé de valsa de primeira!

Não sei se tudo foi capricornianamente calculado ou se foi atração mesmo. O fato é que, logo de chegada, ele já caiu matando para cima de mim, não só sendo receptivo às minhas investidas como eu jamais tinha sido às dele, como atacando de conquistador para o meu lado também. Mas sempre na hora do vamos ver, ele escapava pela tangente, brincando de Matrix, só desviando dos tiros. Ah, não quer? Então tá, também não quero, azar é o teu. Não é porque tu é um cisne agora que eu vou te endeuzar.

Mas o fato é que todas aquelas negativas concomitantes com provocações me instigaram. É, tenho que admitir ele soube jogar a isca dessa vez. E quando eu já tinha quase desistido e voltava aos poucos a tratar ele só como amigo, acontece a seguinte conversa:

Ele - Deixa eu te ver na web cam
Eu - Prá que? Tô com cara de sono.
Ele - Deixa...
Eu - Tá, mala, mas não vai ficar falando das minhas olheiras - ligo a web cam.
Ele - Cansada nada, tá com cara de sapeca, coisa mais querida!
Eu - Sapeca? hahahahaha
Ele - Que que tu tá rindo?
Eu - Nah, ia fazer uma piadinha sobre formas de ser chamada... e sapeca é nova... normalmente eu escuto "safada" ou coisa do genero... mas tu é muito liso, já ia escapar pela tangente e não to afim de me estressar hoje contigo.
Ele - Tu tem um recalque comigo, né?
Eu - Ãhn? Eeeeeeu?
Ele - Tô passando aí para resolver isso AGORA.

E saiu offline. Medo. Achei que em 5 minutos ele entraria online de novo dizendo "ah, te apavorou, né?" Até porque era domingo, duas da manhã. É, em 5 minutos ele apareceu. Na frente da minha casa. Me caiu todos os butiazinho dos bolsos (sic). Fomos para a casa dele "resolver o problema", mas vou contar para vocês... ô bichinho enrolado!!! Vimos jogo de volei na tv, falamos mal dos amigos, bebemos de suco de soja a suco de cevada... e nada... e a madrugada se alongando. Até que lá pelas tantas eu digo: Tá, mas viemos aqui p/ beber ou p/ conversar? E o tal recalque???

Na mesma hora ele me pega pelo braço, me conduz em um bolero - SIM, EU DISSE BOLERO - se afasta e apaga TODAS AS LUZES, me deixando no breu total e sozinha na sala. Aí do nada, vem de surpresa, me pega no colo já aos beijos e me leva p/ o quarto. (Alguém aí escutou sininhos de aleluia? Eu escutei).

Dizem as más linguas que expectativa demais dá dor de barriga e nesse caso não foi diferente. Alguns dias depois, saímos de novo. Ele ainda mais galante, cantando, fazendo massagem, jogando na parede, chamando de lagartixa... mas não adianta. Quando o medo de perder uma amizade é alto e a expectativa é grande, não tem nada que dê jeito.

A despeito disso, eu já estava completamente babando por ele e esse medo, receio ou sei lá o que só deixava o instinto maternal canceriano à flor da pele, querendo cuidar, ajudar e confortar o menininho indefeso. Que que eu fiz? Cravei minhas pinças nele e grudei (shame on me again). E ele? Fugiu sirizisticamente de ladinho, tendo a pachorra ainda de dizer a seguinte frase: "Agora é a tua vez de ver como é que é."

É... não sei se ele chegou realmente se atrair por mim desta vez e a fuga tenha se dado como uma forma de defesa para não se machucar de novo ou não perder a amizade mais uma vez (defesa caprina com casca de siri de apoio). E não sei se isso tudo foi premeditado para me fazer cair de amores e depois me derrubar de vez e se vingar. O fato é que em ambas alternativas, o que falou mais alto foi o tal rancor canceriano. Dizem que elefantes não esquecem, mas quem inventou isso, não conhecia ou pelo menos nunca havia magoado um caranguejo!

quarta-feira, 2 de maio de 2007

E segue o baile... quarto movimento

"Se resolvessem, num desses casuísmos tão típicos dos tempos modernos, banir o casamento da lei, ainda sobraria a população touro-câncer correndo clandestinamente para a igreja. Eles formam o par doméstico perfeito: adoram casa, filhos e almoços prolongados aos domingos. Nada causa mais bem-estar a um taurino que observar seu canceriano tirando uma soneca no sofá deles, na casa que eles acabaram de comprar. Nada diverte mais um canceriano que saber que ela vai estar todas as terças-feiras exatamente na esquina daquele sofá macio e do aparelho de vídeo."

Pois é. O problema é que o canceriano desta história caiu na minha vida na hora errada - exatamente quando eu não estava querendo ver nenhum tipo de anel por perto. Igreja, então, eu atravessava a rua. A palavra "namorada" me dava urticária.
E eis que surge na minha frente ele. Nem de longe o tipo físico que eu sonhava nesse momento. Mas que papo, que sintonia, que coisa. Realmente impressionante.
Por um desses acasos, o beijo também é tudo de bom.
Mas tu vê. Eu já disse que não uma vez, e uma sortuda agarrou.
Pra ver como nem sempre o destino conspira.
Pelo menos ganhei um amigo.
É tão meu amigo e o beijo é tão sinérgico que ele nem de longe cogita deixar de me beijar de vez em quando, mesmo com a namorada que é fofa e eu conheço.
Que que eu faço com a minha ética inquebrantável? Mando pro espaço?
Ah, é claro. Eu não tinha lido a sinastria com atenção. Pulei a palavra "clandestinamente"...

terça-feira, 1 de maio de 2007

Receita para um ego ferido, sem dissolver superego

Noite de chuva, mesma época do ano do affair com o taurino supra-sumo que nao me achou tão supra-sumo assim, eu sozinha e sobríssima, que amanhã é da de são pega. Impossível não passar por um momento bridget jones "all by my self", solteirona, quase balzaca e deprê. Mas eis que disto surge uma receita para confortar um coração apertadinho (que brega). Veja! É fácil! Até uma escorpionina consegue!

LEITE ESTICADINHO

- 1 copo de leite morninho
- 1 colher de chá de essência de baunilha
- 2 colheres de sobremesa de quick morango
- 2 colheres de sobremesa de toddy normal
- amor (próprio) carinho e afeto (proprios também, afinal, é o que se pode arranjar num final de feriado chuvoso à noite).

É sensacional! Vale por um ursinho... ou um cafuné.

Ta bom, de volta ao dode...dode... ah, essa coisa aí!

tá bom, tá bom... salta um geminiano que valha então!

Aquela história curta e rápida não vale à pena não, mas acabei lembrando de um geminiano típico e esse sim, vale à pena. Amigo de faculdade, culto e poeta, mas jamais podia contar com ele para qualquer coisa marcada. Ele sempre furava. Devia estar voando em algum outro lugar. Sofria de tendinite devido aos inúmeros e-mails (de 20 páginas cada) que mandava diariamente para seus amigos mais íntimos (uns 50 viventes). Acabou virando um blogueiro de primeira e, dizem, ganha a vida com isso hoje em dia. Enfim, um legítimo filho de mercúrio (cromo, que vazou para a barba ruiva).

Bueno. Eu era uma dessas amigas íntimas. E mais que isso, era cobaia. Ele escrevia poemas (inclusive em francês) para todas as meninas que ele se apaixonava e ele se apaixonava por muitas. Antes de mandar para as moçoilas, me mandava para ver o que eu achava. Ele tinha uma mania de comparar os olhos das vítimas e tinha um talento sem igual para isso. Então todo dia eu lia poemas falando de olhos de tempestade, olhos triangulares misteriosos como pirâmides, olhos de vinho tinto e, claro, olhos de licor de menta, lembra, loulou?

Ninguém merece ficar recebendo poemas lindos sempre para outras né? Eu também queria um poema, uma metáfora que fosse! E ele sempre me tirando para amiga, confidente e fiel e eu idem, vivíamos desabafando um com o outro, destilando nossos venenos cada um com os musos do outro. Tomo a lberdade de postar aqui um trecho de um e-mail que ele me mandou, falando mal de um mancebo meu:
É, mas melhor parar por aqui, senão ficaremos tão prepotentes que nos acharímos os melhores do mundo, concluiremos que não tem ninguém pra nós a não ser nós mesmos, sentiremos uma incontrolável atração, casaremos, teremos filhos chamados fensterseifer mikhailovich (para desespero do cara do cartório de registros) e ainda por cima brigaremos todos os natais e datas especiais para saber se vamos primeiro nos meus ou nos teus pais, porque tu mora depois do Iguatemi e eu depois do Olímpico. Ia ser muito gasto de gasolina, sem contar a comida dos gatos, loucura, loucura!
Apesar desse surto, sempre que conversávamos à sério, dizíamos que amizade é algo sagrado e que não íamos estragar o que tínhamos por impúlsos de luxuria. Sim, ele era pomposo.

Eis que um dia, numa festa no meio do mato, com os superegos prá lá de diluídos ele me puxa para o colo, tira os óculos e me dá AQUELE beijo. Eu, adorando a surpresa, mas já pensando na ressaca moral do dia seguinte:

- E aquele papo de amizade ser algo sagrado?

- Não acredito em amizade entre homem e mulher, Olhos de Uísque.