Ehm. Como direi. É, geminianos são isso mesmo, volúveis e passageiros. Vamos ver se com a minha historinha tu te inspira, querida Rosquinha.
"O geminiano é um verdadeiro encantador de serpentes para o taurino, que vai se estatelar, maravilhado, diante das incríveis frases espirituosas do parceiro. Num primeiro momento, o touro se curva ao charme fatal do geminiano. Dois meses depois, notará que seu geminiano predileto está dizendo exatamente o contrário do que falava na semana passada. Para um taurino, qualquer nuance é sinal de confusão, e ele detesta se sentir confuso. Mas se o touro não der a menor bola para a dispersão do gêmeos, e se o geminiano em questão souber cozinhar e namorar além de argumentar, tudo estará nos eixos."
Meus geminianos - porque como toda boa taurina possessiva, é tudo meu, até os geminianos - são exatamente assim. Baús recheados de frases espirituosas, sacadas geniais, tiradas incríveis e inesperadas. Para mim e para todos os outros rabos de saia que atravessaram os seus caminhos.
Tomemos o caso seguinte.
Começou quase como uma gozação. Reunião de novas equipes, sábado, todo mundo tenso, ele me pede meu bloco de anotações. Passei o bloco e ele me devolve com uma frase escrita.
"Quantas cantadas tu recebe numa noite?"
Ri e deixei pra lá.
Tempo depois, tô em casa, tipo dez da noite, toca meu telefone.
É da casa dele.
Atendo dizendo "alô" em meio a um Steve Vai tocando For the Love of God ao vivo num volume ensurdecedor - pelo menos para os vizinhos e para o meu pobre ouvidinho ao telefone.
Fiquei ouvindo aquele trecho de uma das minhas músicas favoritas e esperando até que ele resolvesse se manifestar.
Dali a pouco vem ele. "Tá ouvindo?"
"Tô. Tá tudo bem aí?"
"Tá sim. Eu só queria compartilhar contigo esse momento."
E desliga.
E a fantasia continua. Outro dia estava no messenger falando bobagem, e ele brincando de controlador de vôo, simulando um vôo por sobre a Amazônia. Foi o que bastou para despertar aquela imaginação sem limites.
Ele já imaginou que estávamos sós num vôo por sobre a Amazônia, e o avião caiu. E ninguém além de nós sobreviveu. E por algum motivo que até hoje não compreendo, tinha uma cortina Luxaflex e um uniforme de doméstica dentro do avião, que eu vesti e tirei por trás da cortina ao som de You can leave your hat on. Em plena selva.
Daí, a primeira das investidas efetivas. "Que horas passo na tua casa?"
"Pra quê?"
"Ué, pra terminar a história."
A segunda das investidas foi dali a um tempo. Ele me liga perguntando se eu tô com tempo livre, precisava conversar. Ok.
Me pega em casa, entro no carro e pergunto pra onde vamos.
"Ah, só vamos dar uma volta."
E de fato, foi uma volta que demos. Fomos até um ponto qualquer da estrada e voltamos, falando bobagens e amenidades. Na volta, ele pára o carro na esquina.
"A minha casa é ali."
"Eu sei onde é a tua casa. É que eu queria dizer que tô apaixonado por ti."
"Aham. Duvido."
Grave erro. Ele tentou e eu fugi. Pedi pra ir pra casa e a história morreu.
Tá maluco? E eu lá sou doida de me meter com chefe casado?
terça-feira, 1 de maio de 2007
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