segunda-feira, 28 de julho de 2008

Rasgando a cartilha (e talvez um pouco mais que isso).

Hoje, depois de perceber que mais uma vez me deixei envolver por um idiota completo, na saída da festa, digo para minha amiga que mais ocupa o lugar de superego acessório:

- É, amanhã mesmo marco minha cirurgia de amputaçao do dedo podre.
- Hein?
- Meu dedo podre, aquele que só escolhe os PIORES, os mais sem noção, os mais egoístas, confusos, complicados e metidos.
- Não, miga, tu tem é que te preservar.
- Minha vez de perguntar "hein"
- É, na hora que eles querem te comer, eles são gentis e blablabla e tu diz que a coisa flui e tal, mas depois um diz que se tu quer romance, tu que leia um livro, o outro fica se achando o gostoso e mal te cumprimenta na festa que ele insistiu para tu ires, inclusive oferecendo carona e o outro, leva a ex namorada para o TEU aniversário. Isso para falar dos mais recentes!
- Concordo! Bando de sem noção que acha que pipoca é fruta, por isso tenho que selecionar melhor, como eu disse antes.
- Nããão... te garanto que se tu não tivesse "deixado fluir", tivesse te preservado, nada disso acontecia...

Resolvi terminar o assunto por ali para não discutir mais, já que no meio da madrugada eu já não tinha muitas convicções para defender meu ponto de vista, se é que um dia tive, nesse assunto em específico. Mas voltei para casa pensando no assunto e acho que cheguei a algumas conclusões.

Sinceramente? Sempre fui contra a hipocrisia de ficar fazendo joguinho, fingir ser santa, pura e cheia de não me toques quando o clima tá legal e eu to com vontade SIM de ir até o final. Odeio a sensação de estar sendo testada do tipo: "eu vou insistir muito e provocar para conseguir o que eu quero, mas se eu conseguir, é sinal de que ela não serve para nada além disso." Sério, que mundo é esse? Ando MUITO farta desse tipo de mentalidade.

Minha amiga acha que se eu me "segurasse" mais, pelo menos até o cabalístico terceiro encontro, esses mesmos idiotas que ela enumerou, me tratariam de forma diferente. Será? Ou me bajulariam só até conseguirem o que querem e depois voltariam a ser os ogrinhos que sempre foram e que temporariamente disfarçaram não ser? Afinal, mais dia ou menos dia a máscara cai.

E se ok, ela tem razão e eles me tratassem de forma diferente pelo fato de eu ter seguido direitinho a cartilha do "ser santa até o terceiro encontro e manter tabus até que seja namoro". Se realmente eles me respeitassem mais por isso e portanto me tratassem melhor depois das coisas rolaram... Se até me considerassem "namorável" depois de eu jogar com eles e brincar de "quem é mais idiota e dissimulado"? Se tudo isso for verdade, na boa, prefiro seguir solteira e batendo de cara na parede a cada decepcão.

Por que isso? Simples! Porque eu não quero ter ao meu lado um homem (?) com pensamentos tão rasos. Não quero que alguém goste de mim só porque eu soube interpretar - ah, desculpe, não é interpretar, é "me preservar" - Não quero um tipinho preconceituoso que me julgue namorável ou não pelo tempo que eu levei para ceder aos insistentes apelos e testes dele. Aliás, não quero me sentir testada, em última análise. E acima de tudo, não quero que alguém goste de mim sem ser por aquilo que sou, com minha vivência e minhas vontades.

Um amigo (e ex-rolo) então me diz que se for assim, eu vou ficar sozinha por muito tempo, pois ninguém me levará a sério. É mesmo? Então volto um pouco no tempo para lembrar da minha história com ele. Levei "SÓ" 5 anos para ter vontade de ceder qualquer coisa além de beijinhos. Fui extremamante difícil e desafiadora por simples falta de interesse da minha parte e mesmo assim, nos 10 anos em que tivemos um affair ocasional, ele nunca me tratou com respeito ou consideração (ok, nem eu a ele).

Ou então meu último grande tombo, do início do ano. Com ele a coisa não aconteceu logo de cara por simples falta de oportunidade. Nos portamos como namoradinhos, vivendo cada etapa de uma vez, saindo, andando de mãos dadas, indo no cinema e ficando só nos beijinhos, de forma comportada, como manda o figurino. Lindo, né? Para casar? Pois é... que bom que não casei! Que bom que sequer namorei! Porque fui descobrir depois que ele é daqueles machões do pior tipo: que fazem pose de bom moço, mas não sabem ser fiéis. Aliás, não sabem sequer ser leais. E de forma cordial, polida e dissimulada, te tratam pior que lixo em meio ao seu egoísmo e egocentrismo. Pois com esse eu "me preservei" e me diga? Valeu de que?

Por outro lado, alguns dos meus amores mais significativos, começaram em uma noite sem desculpas, sem hipocrisias e nem frescuras, fazendo o que dava vontade na hora em que dava vontade. Desses amores eu guardo um carinho enorme, mesmo que já tenham acabado há muito tempo, pois esses, gostaram de mim sem máscaras, sem jogos. Não me julgaram neste sentido.

Aí penso com carinho naquele que em 6 anos é um misto de amor, amigo e amante e que só não é mais que isso por uma barreira geográfica. Talvez ele seja um dos homens que me tratou/trata melhor nos últimos tempos. Nunca passou mais de dois dias sem se fazer presente de alguma forma, nunca deixou de me amparar quando precisei de ajuda - ou de colo, ou de beijos, ou de amassos ou daquela levantada na auto-estima que só um goxxxxtoooosa com toda a chiadeira típica de um carioca da gema é capaz - E também nunca deixou de me procurar quando precisava de mim. Enfim, sempre esteve aqui, ao meu lado, mesmo de longe e me fazendo me sentir importante. Pois esse, que me tem em tão alta conta, me teve desde a primeira noite. E me tem sempre que quiser, basta chamar. Ele também virá se eu chamá-lo. Sem jogos, sem hipocrisia, desde a primeira vez em que mandei as convenções às favas e vivi tudo o que queria viver na hora em que deu vontade.

Desculpe, amiga, sei que tu dizes para eu me preservar na melhor das intensões e que talvez para ti, essas convenções funcionem. Mas hoje, voltando para casa eu descobri que pode ser que eu não saiba o que eu quero. Mas certamente sei o que eu NÃO quero. E entre alguém que anda de mãos dadas comigo mas me trai até com o papagaio e alguém que me chama de gostosa, me vira do avesso e me liga no outro dia durante 6 anos, prefiro o do segundo tipo. Só não entendo como levei tanto tempo para perceber. Acho inclusive que vou adotar a estratégia oposta. Já que eles nos testam, justifico minha "falta de recato" como um teste também. Teve o que quis logo de cara e tratou com indiferença no outro dia? Rodou na prova, fila andando. Um passinho à frente, faz favor.

PRÓXIMO!

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu já te disse o que eu acho sobre isso...
Concordo com a postura!
Acredito que ser na primeira ou na terceira não faz diferença. As minhas últimas 3 namoradas eu fiz na primeira e foram relações de quase 3 anos... e não acabaram porque eu achava que elas eram vadias... muito antes o contrário. Sempre achei, e ainda acho, que elas eram bem resolvidas nesse aspecto e fizeram a coisa certa com a pessoa certa. E tive esse ano uma relação que não durou 2 meses... mas ela deu só na terceira saída...
O que faz diferença é fazer qualquer carinho (e não só sexo, que é, pra mim, apenas uma - e a melhor - forma de carinho) um pouco mais íntimo com alguém que tu realmente goste, confie, ache legal e que tenha a tal "química".
Lembrando que eu não acho que a barreira seja o sexo. Eu considero o beijo a quebra de gelo, a mudança de estado... Depois do beijo, o que vai ou não acontecer só vai depender das circunstâncias, do tempo, se a meia está furada e/ou de outros pormenores... A questão é beijar, ficar com a pessoa certa...
E hoje em dia a relação começa com intimidade e depois a gente vai conhecendo a pessoa. Não mais o inverso, como era antes. Por isso a gente não pode mais achar que o outro está apaixonado só porque foram pra cama (ou pro drive-in)... Esse, no caso de algumas amigas minhas, é que é a real fonte de sofrimento...
Beijos
Te adoro!

Raquel Corrêa disse...

Assunto que "dá pano pra manga" como dizem meus avós. Também não curto hipocrisia e tu sabes que até hoje me ferro por causa disso! eheheheh
Adorei a reflexão.

Parvathy disse...

Pois, bem esse assunto sempre deu muito pano para manga.
Mas como disse para uma amiga... Antes arrepender-se de uma coisa que se fez, do que passar a vida toda se arrependendo por não ter feito.
Portanto, sigo meus instintos, se pintou o clima, se me deu vontade, faço, afinal "sou muito bem resolvida", não vou ficar me preocupando com o que os outros podem pensar.
Nós mulheres lutamos tanto para ter a tal libardade de expressão, vamos agora ficar no preocupando com "dar" ou não "dar", no primeiro encontro.
Claro cara amiga, as vezes temos um "dedo podre", mas fazer o q errando que se aprende...
Bjinhos